Michelle Bolsonaro recorre de decisão e acusa revista de machismo
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Em recurso apresentado ao Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), a primeira-dama Michelle Bolsonaro afirma que a revista "Isto É" a retratou de maneira "machista" no texto "O esforço de Bolsonaro para vigiar a mulher de perto", publicado em fevereiro do ano passado.
A primeira-dama, que cobra uma indenização de R$ 100 mil, bem como uma retratação pública, diz que a revista insinuou que ela estaria tendo um caso extraconjugal com o então ministro Osmar Terra (Cidadania).
"[Os jornalistas] pautaram-se em informações mentirosas sobre suposto desconforto no casamento e construíram uma plêiade de conteúdo raso para disseminar a ideia de que a primeira-dama teria sido infiel a seu marido", afirmou à Justiça o advogado de Michelle, Fabio Kadi. "Nitidamente se portaram de maneira machista, como se a primeira-dama fosse um objeto ou coisa a ser 'vigiada' por alguém."
No recurso, Michelle cita que a jornalista Vera Magalhães, âncora do programa Roda Viva, da TV Cultura, "ferrenha nas críticas ao presidente", afirmou em suas redes sociais que "as insinuações" sobre a primeira-dama são "nojentas" e "nem de longe se enquadram no que seja jornalismo."
O recurso foi feito para tentar derrubar decisão da juíza Adriana Basso, da 3ª Vara Cível de São Paulo, que, em dezembro, absolveu a revista por considerar que a publicação ficou "no limite da liberdade de imprensa e de informação".
Na sentença, a juíza afirma que a publicação não ofendeu "a honra, intimidade e a vida privada" de Michelle ao ponto se ensejar uma indenização, embora tenha considerado que a notícia apresenta um "ar de fofoca" e "conteúdo raso" e que o termo "vigia" dá uma "conotação de posse e propriedade da mulher".
Na defesa que apresentou à Justiça, a revista afirmou que não publicou "inverdades" nem fez "qualquer insinuação de caso extraconjugal".
Disse que apenas "narrou questão pessoal da primeira-dama e do seu marido que tinham repercussão política e interesse público dadas as movimentações realizadas pelo presidente Bolsonaro na troca do ministro da Cidadania".
Sobre a a acusação de machismo, afirmou que o uso da palavra "vigiar" na nota "falou apenas e tão somente da postura machista do presidente".
"Não há o que se corrigir, responder ou desagravar na nota publicada", declarou a Isto É à Justiça.
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