Texto baseado no relato de acontecimentos, mas contextualizado a partir do conhecimento do jornalista sobre o tema; pode incluir interpretações do jornalista sobre os fatos.
Ao colocar Carlos em cena, Mandetta mira calcanhar de Aquiles de Bolsonaro
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De todos os petardos que o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta disparou ontem da CPI da Covid na direção do Palácio do Planalto, um foi especialmente endereçado ao presidente Jair Bolsonaro.
Com a frieza de político experiente que é, adoçada por um jeito de quem nada quer, o ex-ministro mencionou que Carlos Bolsonaro, o filho mais instável do presidente, ficava "atrás do pai" em diversas reuniões de que participou no Planalto, incluindo aquela em que foi instado a apoiar um decreto presidencial mudando a bula da cloroquina, de modo a incorporá-la como medicamento anti-covid no sistema público de saúde.
Senadores da oposição já haviam apresentado requerimento de convocação de três assessores da Presidência próximos a Carlos Bolsonaro: Tércio Arnaud Tomaz, José Matheus Gomes e Mateus Matos Diniz — todos apontados como integrantes do "gabinete do ódio". O segundo filho do presidente não constava da lista.
Isso até Mandetta colocá-lo dentro da cena. Com o depoimento de ontem, as chances de aprovação de um pedido de convocação do Zero Dois passaram a ser reais.
O vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) é solitário, introvertido, desconfiado e tem dificuldades de se expressar e de se relacionar.
Mas mantém um vínculo estreito com o pai, que tem para com o filho número dois uma preocupação especial, e vê nele um conselheiro político confiável.
Ultimamente, Carlos tem sido um dos interlocutores mais frequentes do presidente na discussão sobre o partido que ele deve escolher para disputar a reeleição. Foi contra o ingresso do pai no PP, de Arthur Lira, e defende que ele vá para um partido pequeno, em que possa ter o controle da máquina.
O direito de não atender a um chamado das CPIs está restrito aos investigados. Convocados na qualidade de testemunhas, como deverá ser o caso de Carlos Bolsonaro, têm o dever legal de atender o chamado, embora possam se recusar a responder às perguntas dos parlamentares.
O senador Humberto Costa (PT) confirmou ontem que irá apresentar o pedido de convocação do vereador.
Se o Planalto temia pelo desequilíbrio emocional do ex-ministro Eduardo Pazuello, agora é que está mesmo em maus lençóis. Terá que incluir no radar um filho e também um pai.
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