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Suco de quiabo não cura cachorros com doenças graves

Niels Andreas/Folhapress
Imagem: Niels Andreas/Folhapress

Lucas Borges Teixeira

Colaboração para o UOL

07/12/2018 04h01

Um antigo mito para a cura de cachorros ganhou força nos aplicativos de mensagem recentemente. De acordo com a mensagem, suco de quiabo pode curar cachorros com doenças graves como a cinomose.

Faça um suco de quiabo com água batido no liquidificador: uns 6 ou 8 quiabos com uns 600 ml de água. Bata bem batido. Abra a boca do cãozinho e despeje na garganta o quanto mais for possível do suco”, instrui a mensagem.

O procedimento supostamente deve ser repetido de duas a três vezes por dia e o animal ficará “animadíssimo”.

“Acredite, seu cãozinho pode ser salvo até no estágio alto da doença”, garante o texto.

FALSO: Suco de quiabo não cura doenças

A mensagem é falsa. Suco de quiabo não só não cura doença alguma como forçar o animal a bebê-lo pode ser perigoso.

“Cientificamente isso é uma grande bobagem”, afirma o médico veterinário Antônio Augusto Júnior. De acordo com ele, este é um mito comum entre donos de cachorros. “Recebo muitas pessoas na clínica com essa história.”

Apesar de popular, não há comprovação alguma que dê certo.“A cinomose é uma doença viral, contagiosa e que pode levar à morte ou deixar sequelas. O ideal é fazer a vacinação dos cães para prevenir a doença”, afirma Júnior.

“Após o aparecimento dos primeiros sintomas, é  necessário instruir um tratamento adequado, com um médico veterinário, para cada caso específico – e quiabo não faz parte de nenhum deles”, garante o especialista. “Não há nenhum trabalho científico que comprove seus benefícios.”

Na verdade, ele diz que este método forçado de ingestão do líquido pode ser prejudicial para o animal. “Despeje garganta a dentro e cause uma pneumonia”, adverte o veterinário.

Como identificar

De acordo com Júnior, um cachorro com cinomose apresenta, na fase inicial, perda de apetite, vômito, diarreia e secreção ocular. “Depois, pode haver problemas respiratórios e, em uma fase final, problemas neurológicos”, explica.

A principal dica em caso de suspeita é procurar um profissional, que avaliará a melhor forma de tratar a doença.

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