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Marcola vai a júri por morte de juiz de Presidente Prudente (SP)

Do UOL Notícias<br/> Em São Paulo

11/11/2009 07h00

Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, vai a júri popular nesta quarta-feira (11) pela morte do juiz corregedor Antonio José Machado Dias, 47, dos Presídios e da Vara de Execuções Criminais de Presidente Prudente, interior paulista, assassinado com dois tiros no dia 14 de março de 2003, na saída do fórum da cidade. O julgamento acontece às 13h, sem a presença do réu, na 1ª Vara do Júri de SP, no Fórum da Barra Funda, zona oeste de São Paulo.

Outro suposto líder da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital), Júlio César Guedes de Moraes, o Julinho Carambola, foi condenado pelo mesmo crime a 29 anos de prisão. Ambos são acusados de serem mandantes do assassinato do magistrado e estão presos na Penitenciária 2 de Presidente Venceslau, a oeste do Estado.

Os réus seriam julgados juntos no dia 1º de outubro, mas o advogado de Marcola deixou o plenário do Tribunal do Júri da Barra Funda minutos após o início da sessão alegando cerceamento de defesa. O advogado Roberto Parentoni questionou a negativa do juiz Alberto Anderson, que presidia o júri, a pedidos para adiar o julgamento. Marcola não compareceu ao julgamento.

Com o adiamento do júri de Marcola, Carambola foi condenado em um julgamento que durou mais de 14 horas. Quase sete anos depois do crime, seis das sete pessoas do júri decidiram que ele era culpado pelo assassinato, cometido com motivo torpe e com o uso de emboscada, qualificadoras que aumentaram a pena. A defesa recorreu da sentença.

Júri condena suposto líder do PCC a 29 anos por morte de juiz em São Paulo

O julgamento, que durou mais de 14 horas, foi encerrado por volta das 4h no Fórum da Barra Funda, zona oeste de SP



As investigações
Cerca de duas semanas após o assassinato, a polícia concluiu que a ordem partiu de Marcola, tido como principal líder do PCC, de dentro da Penitenciária 1 de Avaré (262 km de São Paulo). Três dias depois da morte, um bilhete foi apreendido na prisão.

A mensagem dizia: "se realmente foi isso, hoje virá algum salve para você. A caminhada é a seguinte: o Machado foi nesta. Passou em todo o jornal lá da cidade e de São Paulo. Esse salve veio hoje pelo pessoal. Foi a Fia [suposta mensageira do PCC] que passou. Acredito eu que é a caminhada do câncer, pois a operação que faltava foi marcada e o paciente operado. Ela pediu para dizer que tinham matado o Machado".

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Marcola nega ter ligação com o homicídio. Três de outros quatro acusados já foram condenados pelo crime. João Carlos Rangel Luisi, o Jonny, pegou 19 anos de reclusão em regime fechado; Reinaldo Teixeira dos Santos, o Funchal, 30 anos de reclusão em regime fechado e Ronaldo Dias, o Chocolate, 16 anos e oito meses de prisão. Adilson Daghia, o Ferrugem, ainda não foi julgado.

Em maio do ano passado, o juiz Valter Alexandre Mena, da 3ª Vara da Fazenda Pública de São Paulo, condenou o Estado a indenizar os dois filhos do juiz, em 150 salários mínimos cada, sustentando que o governo foi "inerte" e falhou no dever de proteger o magistrado. A Procuradoria Geral do Estado recorreu.