Bruno e Macarrão passam noite em celas separadas em delegacia do Rio
O goleiro Bruno Souza e seu amigo e secretário Luiz Henrique Ferreira Romão, o Macarrão, passaram a noite presos em celas separadas da Divisão de Homicídios da Polícia Civil do Rio de Janeiro, na Barra da Tijuca. Ontem à noite, Bruno e Macarrão negaram envolvimento no desaparecimento de Eliza Samudio, ex-amante do goleiro do Flamengo, e informaram que só responderão pelo caso em juízo.
Os dois não receberam visitas até o momento, e segundo informações de policiais, não comem e não tomam banho desde ontem. No local, eles só podem beber água e usar o banheiro.
Na sua chegada ao local, o jogador rubro-negro foi insultado por cerca de 200 curiosos que o chamavam de assassino. Bruno e Macarrão estavam com prisão temporária decretada pela acusação de atrapalhar a investigação sobre o desaparecimento de Eliza.
Os suspeitos devem fazer nesta quinta-feira (8) um exame no Instituto Médico Legal (IML). O horário ainda não foi confirmado.
Além disso, eles podem ser encaminhados ainda hoje para Belo Horizonte, onde o crime também está sendo investigado. A transferência depende da autorização da Justiça fluminense, mais precisamente da 38ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio. O juiz de plantão da vara, Alberto Fraga, declinou da competência de julgar e conceder a autorização para o deslocamento dos suspeitos, e por isso, será preciso aguardar a abertura do expediente no TJ, às 11h, para que a decisão seja tomada pelo juizado titular. Um avião de pequeno porte espera a decisão judicial no aeroporto Santos Dumont.
De acordo com Michel Assef Filho, advogado do goleiro, seu cliente está "estarrecido, muito assustado" com o teor das declarações feitas pelo adolescente de 17 anos, primo de Bruno, que confirmou a morte de Eliza e deu detalhes sobre o suposto crime e da participação dos envolvidos.
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Nesta quarta (7) foi divulgado o laudo do Instituto de Criminalística confirmando que o sangue encontrado no carro do goleiro Bruno é de Eliza Samudio.
Depoimento
Os pedidos de prisão foram feitos depois que um primo de Bruno afirmou em depoimento que participou do sequestro e morte de Eliza, junto de Macarrão. O menor disse ter dado uma coronhada na cabeça da vítima com uma pistola que pertenceria ao comparsa. A moça teria sido levada do Rio de Janeiro até o sítio de Bruno, no interior de Minas Gerais.
Em nota oficial, o Ministério Público do Rio de Janeiro afirma que, em seu depoimento à polícia, o adolescente disse que Eliza foi morta por estrangulamento. A polícia confirma a informação.
O adolescente pode ser levado para uma acareação com o goleiro e com Macarrão.
Prisões decretadas
Os mandados de prisão foram decretados em dois Estados. No RJ, a temporária de cinco dias foi decretada pela juíza Fabelisa Gomes de Souza pelo crime de sequestro contra Bruno e Macarrão. Já em Minas a juíza Marixa Fabiane Lopes Rodrigues, do 1º Tribunal do Júri de Contagem (MG), autorizou sete prisões temporárias, com duração de 30 dias, prorrogáveis por mais 30.
Foi decretada a prisão da mulher de Bruno, Dayane de Souza, que foi detida ontem pela manhã em sua casa, em Belo Horizonte. Na noite desta quarta, ela foi levada para a penitenciária Estevão Pinto.
Além de Bruno, Dayanne e Macarrão, são alvo de mandados de prisão: Flávio Caetano Araújo (amigo de Bruno), Wermerson Marques de Souza, conhecido como Coxinha (amigo de Bruno), Elenílson Vitor da Silva (administrador do sítio de Bruno) e Sérgio Rosa Salles Camilo (primo de Bruno).
Bruno e Macarrão também foram indiciados nos dois Estados. O delegado titular da Divisão de Homicídios do Rio de Janeiro, Felipe Ettore, informou que o atleta do Flamengo está sendo indiciado pelo sequestro de Eliza. Já em Minas, o indiciamento é por assassinato.
“O Bruno está sendo indiciado pelo sequestro de Eliza Samudio, por ser o mandante intelectual do crime", disse. Felipe Ettore afirmou ainda que Macarrão e o menor de 17 anos, primo do goleiro, foram indiciados por execução do sequestro.
Entenda o caso
A polícia investiga o desaparecimento da estudante Eliza Silva Samudio, 25, ex-amante do jogador e com quem ele teria tido um filho, hoje com cinco meses. A família afirma não ter contato com Eliza desde o início de junho, quando ela foi convidada pelo goleiro para morar em Minas. A Polícia Civil recebeu denúncia anônima dizendo que Eliza teria sido “espancada até a morte” no sítio do jogador, em Esmeraldas.
Eliza queria provar a paternidade da criança. A mulher atual de Bruno, Dayane de Souza, teria tentado esconder o bebê com um amigo do goleiro, identificado como Coxinha. Ela foi autuada em flagrante por subtração de incapaz. Na época, Dayane foi liberada por não ter antecedentes criminais e por possuir residência fixa. Ela disse à polícia que a criança foi abandonada pela mãe, por isso foi trazida por Macarrão, o amigo e secretário de Bruno.
A criança foi encontrada com conhecidos de Bruno, em uma favela de Contagem, e foi entregue no domingo (27), ao avô materno, Luís Carlos Samudio, 43. A paternidade é alvo de ação na Justiça do Rio de Janeiro.
*Com informações de Daniel Milazzo, Marlos Bittencourt, André Naddeo, Rayder Bragon e Rosanne D'Agostino
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