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Homem faz apelo em rádio, e ladrão devolve objetos furtados em Serrinha (BA)

Heliana Frazão<BR>Especial para o UOL Notícias<BR>Em Salvador

04/10/2011 14h39

Um caso curioso agitou a cidade de Serrinha, no interior da Bahia, na manhã desta terça-feira (4). O motorista de ônibus Manoel Damasceno, que faz transporte escolar para a prefeitura local e teve diversos eletrodomésticos –como televisão, rádio, DVD, liquidificador, entre outros– furtados, recebeu os produtos de volta após fazer um apelo em um programa de rádio local, na Rádio Jacuípe AM.

O furto aconteceu na terça-feira (27) quando a casa de Damasceno, localizada no povoado do Brejo, foi arrombada. O assaltante fez um buraco na parede da casa, por onde teve acesso à residência e aos objetos.

Ele então contou o ocorrido ao amigo radialista José Ferraz. “Você vai prestar queixa à polícia?”, perguntou Ferraz. A resposta foi negativa: “Não. Sei que não vai adiantar. Sempre que registro boletim de ocorrência, nunca dá em nada, deixa pra lá”, completou. Foi então que José Ferraz sugeriu ao amigo que recorresse a um apelo radiofônico.

"Eu comecei falando que Damasceno é um cara pobre, trabalhador, que precisava das suas coisas, principalmente do rádio para ouvir os meus programas, que muito do que tinha sido levado ainda estava sendo pago, e passei o microfone para ele [Damasceno]. Depois ele foi embora, sem acreditar muito”, conta o radialista. 

Na manhã seguinte, Damasceno foi surpreendido ao receber um telefonema de um vizinho contando que tudo o que havia sido furtado fora deixado pelo ladrão, nos fundos da casa.

Ferraz é radialista há mais de 20 anos em Serrinha e afirma que já viu outras pessoas fazendo apelos semelhantes, mas jamais testemunhou a devolução de um furto. “Faço muitas reportagens policiais, acho que eles [criminosos] me respeitam, por isso acho que deu certo”, alega. 

Damasceno conta que recentemente teve duas folhas de cheque furtadas e passadas adiante com assinatura falsificada. Procurou a polícia para denunciar, mas quase terminou preso.“Falei para o delegado que o ladrão estava passando os meus cheques adiante e ele queria me prender alegando que eu não tinha prova de que o sujeito era ladrão. Deixei pra lá, não dá para a gente esperar nada desse povo”, relembra.“Fiz o apelo na rádio e foi muito melhor”, conclui.