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Golfinho albino encontrado em Santa Catarina é exemplar único no mundo, dizem pesquisadores

Léo Pereira

Do UOL Notícias, de Florianópolis

01/12/2011 17h43Atualizada em 01/12/2011 17h45

Uma equipe de um projeto desenvolvido pela Universidade da Região de Joinville (Univille) conseguiu fotografar uma toninha (espécie de golfinho) albina na baía de Babitonga, no litoral de Santa Catarina. Segundo os pesquisadores, este é o primeiro caso documentado no mundo. O albinismo é uma condição genética rara, cuja característica é pouca ou nenhuma pigmentação na pele e nos olhos.


Os biólogos acreditam que o filhote teria nascido na baía em outubro, quando foi avistado pela primeira vez. Porém, só conseguiram registrar o cetáceo em foto no dia 7 de novembro. A imagem foi divulgada nesta quinta-feira (1º).

"É um animal pequeno e muito discreto. Quando ele sai da água para respirar, tira somente a ponta do rosto, a cabeça e um pouco do dorso", explica a bióloga Camila Sartori, uma das integrantes do projeto Toninhas.

Segundo a pesquisadora, só há outros dois casos de mamíferos marinhos com albinismo registrados no Brasil: de uma baleia franca e de um boto cinza. A toninha é considerada a única espécie de golfinho ameaçada de extinção no Brasil, e pode ser encontrada desde a costa do Espírito Santo até a Argentina.

Na imagem, o filhote está acompanhado de um adulto –provavelmente a mãe–, já que as toninhas, até um ano de vida, são totalmente dependentes e se alimentam de leite materno até os seis meses.

Além da descoberta, a equipe encerrou um trabalho de marcação de cinco espécimes para monitorá-los via satélite. Iniciado em setembro, o trabalho contou com a colaboração de pesquisadores argentinos e norte-americanos.

"Com este caso raro, queremos chamar a atenção do mundo para a preservação da baía da Babitonga", diz Sartori, que estima haver cerca de 50 toninhas residentes na região que fica entre os municípios de Joinville e São Francisco do Sul, no norte de Santa Catarina.