Meteorologia explica por que este verão será mais frio
Quem acha que o calor ainda não chegou a São Paulo e que a chuva está mais presente do que nunca, pode ter se esquecido dos últimos verões. Segundo informações do CGE (Centro de Gerenciamento de Emergências), da Prefeitura de São Paulo, a quantidade de chuva ainda está dentro da média, diferentemente do que aconteceu em 2011 e em 2010. No entanto, os termômetros não devem subir muito.
“As pessoas acham que está chovendo muito, mas não está. A tendência é que a chuva fique dentro da média em janeiro”, diz Adilson Nazário, técnico em meteorologia do CGE.
Ele explica que, para cada mês do ano, há uma média esperada de acordo com um levantamento feito nos últimos 30 anos. Para janeiro, a expectativa é que chova 239 mm -cada mm equivale a um litro de água por m². Em 2011, foram 412,5 mm e, em 2010, 461 mm, o mês mais chuvoso dos últimos 77 anos.
“Até as 7h de quinta-feira (19), havia chovido 150,6 mm no mês de janeiro, na cidade de São Paulo. A média reflete 63% do esperado de chuva para o mês inteiro”, diz Nazário.
Por isso, apesar de parecer um verão muito chuvoso, 2012 ainda está longe de se igualar aos anos passados.
Mais frio
Este verão não será tão quente assim no Estado de São Paulo, segundo o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia). As chuvas ainda devem ficar próximas da média em fevereiro e abaixo em março, especialmente no litoral.
“Haverá frentes frias, zonas de convergência, muitas nuvens e o Sol não deve aparecer ou aquecer muito”, informa o técnico do CGE.
O calor não vai atender à expectativa dos paulistanos por conta do excesso de nuvens que se concentrou sobre a cidade. Elas impedem que a radiação solar chegue à superfície e aumente a temperatura.
Além disso, não haverá uma sequência de dias muito quentes neste ano, de acordo com Nazário. Os temporais de fim de tarde, característicos do verão, continuam acontecendo, porém sem o calor abafado que normalmente os precede.
Já as chuvas que causaram estragos no Espírito Santo, em Minas Gerais e no Rio de Janeiro no início de janeiro foram provocadas pela zona de convergência do Atlântico Sul, fenômeno climático típico do verão.
Uma grande faixa de nuvens se estendeu sobre as regiões Norte e Centro-Oeste até o litoral. Segundo Nazário, o fenômeno foi favorecido pelos ventos, que transportaram umidade e ar quente, provocando muita chuva.
A zona de convergência já se descaracterizou, mas pode ocorrer de novo, próximo ao sul do país, perto do sul de Minas e na região nordeste de São Paulo.
“A previsão é de que esses eventos se repitam até o início de março. Eventualmente, eles podem se aproximar da capital paulista”, afirmou o técnico.
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