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Cabral diz que greve de polícias não chegará ao Rio; lideranças farão assembleia na quarta

Governador do Rio de Janeiro, Sergio Cabral Filho (PMDB), diz que polícia não para no Rio - Pedro Ivo Almeida/UOL Esporte
Governador do Rio de Janeiro, Sergio Cabral Filho (PMDB), diz que polícia não para no Rio Imagem: Pedro Ivo Almeida/UOL Esporte

Júlio Reis

Do UOL, no Rio

06/02/2012 12h53

O governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), disse nesta segunda-feira (6) que a população do Estado "pode ficar tranquila quanto à manutenção da segurança pública para o Carnaval deste ano". Segundo o governador, os rumores de orquestração de um movimento para a realização de greves das polícias em todo o país não prosperariam no Estado.

“Sabemos da tentativa de uma orquestração política para desestabilizar o Estado, mas isso vem de um grupo reduzido, um grupo que faz oposição irresponsável ao nosso governo, mas a corporação não vai se contaminar”, disse Cabral, em entrevista à rádio CBN.

A Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) deve passar a considerar hoje projeto de lei enviado pelo governo para conceder reajuste aos policias militares e civis, além de bombeiros e inspetores. Segundo a Casa Civil do Rio, o impacto orçamentário do reajuste será de R$ 211 milhões este ano, e o reajuste contempla ainda aposentados e pensionistas.

Para Wanderlei Ribeiro, presidente da Associação de Praças e Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro (Aspra-RJ), a greve não está descartada. Ele diz que o governo tem se recusado a discutir com o movimento, e o reajuste oferecido não atende às reivindicações.

“Queremos sentar para conversar, mas o governador se recusa. Não é possível dizer se vai haver greve ou não, a assembleia vai decidir isso, mas não se pode dizer que o governador não teve a chance de atuar para contornar a situação caso a greve de fato aconteça”, disse Ribeiro.

Já Francisco Chao, inspetor de polícia e diretor jurídico do Sindicato dos Policiais Civis do Estado do Rio de Janeiro (Sindipol-RJ), diz que um dos maiores problemas é que o salário está composto por gratificações que perdem o efeito numa série de situações - como afastamento por licença média - além da grande disparidade nos salários entre os membros da corporação que tem formação equivalente.

“Na Polícia Civil a questão da greve não é novidade. Fizemos duas greves em 2007. Polícia boa e barata não existe, é necessário dignidade salarial. Além disso, a disparidade  é muito grande entre agentes e delegados de polícia em inicio de carreira e a polícia não se limita a delegados”, disse Chao.

O Sindipol-RJ pretende realizar assembleia na noite desta quarta-feira (8) para decidir sobre um indicativo de greve. Já na quinta-feira (9), policiais militares, civis e bombeiros pretendem se reunir em assembleia conjunta na Cinelândia para deliberar sobre possível greve geral da segurança no Estado.