Parentes de mulheres violentadas e mortas na Paraíba fazem protesto um mês após o crime
Parentes das vítimas do estupro coletivo ocorrido em fevereiro deste ano, durante uma festa de aniversário em Queimadas (PB), realizam nesta segunda-feira (12) um protesto pelas ruas da cidade pedindo justiça e paz. Hoje o crime completa um mês. Em Queimadas, município a 140 quilômetros de João Pessoa, o clima ainda é de tristeza e revolta.
No domingo, os parentes pediram proteção para a realização do protesto. Segundo informações recebidas pela polícia, pessoas ligadas aos acusados dos crimes estariam fazendo ameaças para impedir a manifestação. Nesse domingo (11), uma missa foi realizada em memória da recepcionista Michele Domingos, 29, e da professora Isabela Frazão, 27. Elas foram mortas por terem reconhecido os acusados durante o estupro.
Na semana passada, a Justiça determinou o sequestro de parte dos bens de dois dos dez acusados de envolvimento na tragédia. Os irmãos Luciano e Eduardo dos Santos Pereira terão confiscados dois cavalos de raça, duas motos, dois capacetes, um automóvel Punto ELX e um Hyundai i30. A soma dos bens ultrapassa R$ 200 mil.
Eles serão leiloados, e o dinheiro arrecadado será depositado em uma conta poupança até que o processo seja concluído. A Justiça atendeu ao pedido da família da recepcionista, que era responsável pelo sustento financeiro da casa.
O caso
Além de Michele e Isabela, outras três mulheres foram estupradas. Elas participavam da festa de aniversário de Luciano. Em determinado momento, um grupo (incluindo três adolescentes) invadiu a casa e estuprou as mulheres, poupando apenas as namoradas dos acusados.
Durante a violência sexual, Michele e Isabela reconheceram os criminosos, o que resultou na morte das jovens, as quais foram levadas pelo grupo e assassinadas em via pública.
Como se fossem vítimas, quatro dos acusados procuraram a polícia e disseram que a casa tinha sido invadida por um grupo, que também violentou e matou as mulheres. No entanto, horas depois a polícia desvendou o crime e prendeu sete homens e apreendeu três adolescentes acusados de envolvimento.
Segundo a polícia, o estupro coletivo foi premeditado. Luciano e Eduardo foram presos no velório das vítimas. Eduardo, a propósito, era ex-cunhado da professora Isabela.
No último dia 28, a Justiça recebeu a denúncia apresentada contra o grupo, acusado de estupro, formação de quadrilha, porte ilegal de arma, cárcere privado e lesão corporal. Um dos acusados foi denunciado por todos esses crimes e homicídio doloso, quando há intenção de matar. Ele seria o responsável pelos disparos que mataram a professora e a recepcionista.
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