Sequestro de adolescente em MG já dura cinco dias; suspeito não cumpre acordo com polícia

Já dura cinco dias o sequestro de uma adolescente de 14 anos, retirada de sua casa por um primo, na cidade de São Roque de Minas (320 km de Belo Horizonte), que se embrenhou com a garota em mata da Serra da Canastra.

De acordo com informações da Polícia Militar, Lindair Marques, 40, havia prometido liberar Sarita Marques Batista, filha de um ex-prefeito da cidade, nesta terça-feira (3), mas não cumpriu o acordo. É a segunda vez que o homem teria combinado a soltura da jovem.

Os contatos do suspeito estavam sendo feitos com uma emissora de rádio local, mas, de acordo com a polícia, eles cessaram desde então. Aproximadamente 80 homens, entre policiais civis e militares, fazem buscas na região. Integrantes do Departamento Estadual de Operações Especiais (Deoesp) estão na região para auxiliar nas operações de busca.

Segundo a investigação, o suspeito, que tem passagens pela polícia por furto, roubo e ameaças, estava foragido havia 15 dias e tinha se escondido na mata e passou a roubar comida em fazendas da região.

Na última sexta-feira (30), Marques se dirigiu até a fazenda da família da adolescente sob pretexto da necessidade urgente de comida e água. Conforme relato da polícia, ele entrou armado e fez ameaças à família. Depois de jantar, amarrou os parentes no imóvel e levou a adolescente como refém.

Segundo o capitão da PM Geraldo Magela Santos, o suspeito exigia inicialmente pagamento de R$ 20 mil para libertação da jovem. Ele deixou um chip de celular que seria usado para contato, porém não ligou para pedir resgate.

Apelo

No domingo (1º), a polícia levou a mulher de Lindair à rádio local para fazer um apelo ao sequestrador. A mulher pediu que o suspeito liberasse Sarita. Minutos depois da transmissão, Lindair ligou para a emissora e conversou com o radialista Jardel de Morais, a quem prometeu entregar a adolescente mediante pagamento do resgate, às 20h de segunda-feira.

O sequestrado havia sugerido entregar a jovem em uma comunidade rural conhecida como Barreiro, que fica a cerca de 20 km do centro de São Roque de Minas. O delegado responsável pelo caso Thiago Gomes Ribeiro, afirma que as investigações apontam para um crime planejado.

“Tudo indica que ele tenha estudado o sequestro, por causa do valor solicitado. Ele sabia que a família da vítima poderia levantar esse dinheiro”, disse o delegado. Ribeiro informou que o suspeito vem de uma família problemática com histórico de suicídio, o que pode ter ajudado a formar o perfil do criminoso.