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Demora nas buscas de jovens desaparecidos na Bahia gera reclamação

Helga Cirino

A Tarde online

25/04/2012 08h32Atualizada em 25/04/2012 15h21

Os pais dos cinco amigos desaparecidos enquanto viajavam do Espírito Santo para a Bahia, na última sexta, 20, que acompanharam as investigações em São Mateus (ES), reclamaram da demora da polícia em iniciar as buscas. Ontem, o carro e os corpos dos jovens foram encontrados. 

"Enquanto a polícia aguardava as 48 horas para considerar que nossos filhos estavam desaparecidos, tivemos que procurar por conta própria", reclamou Doralice Ribeiro, mãe de Izadora Ribeiro, universitária baiana entre os cinco amigos.

O carro e os corpos de Amanda Oliveira, 22, André Galão, 28, Izadora Ribeiro, 21, Marllon Amaral, 21, e Rosaflor Oliveira, 24, foram encontrados ontem no rio Mucuri, extremo sul baiano. O corpo de um dos jovens estava do lado de fora do carro e foi localizado ainda na noite desta terça, os demais foram encontrados depois dentro do veículo, que estava submerso no rio, presos pelo cinto de segurança.

Os jovens saíram de São Mateus (ES) para Prado (804 km de Salvador), na Bahia, por volta das 19 horas de sexta-feira, para a comemoração do aniversário da mãe de Izadora, Doralice Ribeiro. A viagem duraria cerca de 3 horas, mas eles desapareceram no trajeto. 

Nos dois primeiros dias de sumiço dos jovens, amigos da faculdade e parentes viajaram de carro os 120 quilômetros de viagem de São Mateus ao município de Prado, na Bahia, percurso que o grupo pretendia fazer até a casa de Doralice.

A mãe contou que o grupo preparava a viagem há semanas. "Eles são muito responsáveis. Até mesmo antes de viajar, minha filha me ligou e disse que já estavam saindo de São Mateus. Não iriam para qualquer outro lugar", afirmou a mãe da baiana.

Coordenador das investigações em São Mateus, o delegado Janderson Lube, garantiu que se empenharam nas investigações, levantando informações e ouvindo testemunhas. Ele contou que oito investigadores colheram informações – ao longo da BR- -101, no extremo norte do Estado e no sul da Bahia, chegando à morte dos jovens. 

“Estamos recebendo o apoio de  todos, amigos, parentes, inclusive da  universidade”, declarou Everaldo Amaral, pai de Marllonn Amaral.

  • Reprodução/Facebook

    Imagem que vinha sendo divulgada nas redes sociais para ajudar nas buscas dos jovens

Liberação dos corpos

Caminho que deveria ser percorrido pelos jovens

  • Reprodução/MapLink

    O grupo de cinco jovens partiu na noite de sexta (20) de São Mateus (ES), com destino a Prado (BA)

Os corpos foram liberados no começo da tarde do IML (Instituto Médico Legal) de Teixeira de Freitas (884 km de Salvador).

Quatro corpos serão levados para a cidade de São Mateus, no Espírito Santo. Apenas o corpo de André Galão, que dirigia o Fiat Punto, será levado para o município de Colatina, também no Espírito Santo. Não há informações sobre o enterro.

O trabalho de resgate dos corpos, que estavam no rio Mucuri, extremo sul baiano, começou às 18h30 desta terça e terminou por volta de 3 horas da madrugada desta quarta (25).

De acordo com o tenente coronel Ivanildo da Silva, comandante da Companhia de Ações Especializadas em Mata Atlântica (Caema), que organizou as buscas no interior baiano, o veículo, um Fiat Punto de cor bege, placas ODC-6985, foi localizado depois que um popular informou à polícia que havia um automóvel com as mesmas características submerso no rio. Após verificação, constataram que se tratava do carro dos jovens.

Peritos do Departamento de Polícia Técnica (DPT) refizeram o trajeto percorrido pelo automóvel dos jovens a partir das pistas deixadas pelo veículo. O motorista, André Galão, 28 anos, teria perdido o controle do veículo em uma curva considerada perigosa pela polícia. Acredita-se que ele estava em alta velocidade, cerca de 120 km/h, quando entrou em uma área de declive e mata e teria colidido com uma árvore de grande porte, o que fez o carro tombar.