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Polícia conclui oficialmente o inquérito sobre a morte e esquartejamento de diretor da Yoki

Do UOL, em São Paulo

14/06/2012 13h56

A Polícia Civil encerrou oficialmente nesta quinta-feira (14) o inquérito que conclui que Elize Matsunaga, 30, assassinou e esquartejou o marido, o diretor executivo da Yoki, Marcos Kitano Matsunaga, 42, em 19 de maio. O caso segue agora para o Ministério Público, que irá analisar se apresenta denúncia contra a acusada para que seja julgada pelo crime.

O DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa), que investigou o caso, aguardava a conclusão dos laudos periciais, que foram entregues na quarta, segundo a assessoria de imprensa da Secretaria da Segurança Pública.

O delegado Jorge Carrasco, diretor do DHPP, já havia informado dias atrás que o caso estava encerrado e todas as pessoas envolvidas direta ou indiretamente tinham sido ouvidas.

Na terça (12), a Justiça negou um pedido de liberdade da defesa de Elize, que continua presa na cadeia de Itapevi, na Grande São Paulo.

 

Um suposto caso extraconjugal teria sido o motivo de uma briga entre o casal no último dia 19 de maio, que culminou com a morte do executivo. Elize era casada desde 2009 com Marcos, com quem tinha uma filha de um ano. O crime ocorreu no apartamento do casal, na Vila Leopoldina, zona oeste de São Paulo.

Em depoimento à polícia no último dia 6, Elize disse ter matado Matsunaga com um tiro de pistola calibre 380 na cabeça após uma discussão, quando ela contou ao marido que havia contratado um detetive e descoberto que o empresário havia saído com outras mulheres no mês passado. “O marido deu um tapa no rosto dela e seguiu agredindo-a verbalmente; falou coisas bem pesadas”, disse o advogado.

Na quinta (7), o advogado de defesa de Elize, Luciano de Freitas Santoro, afirmou ao UOL que Matsunaga havia traído a mulher quando ela estava grávida, há cerca de dois anos.

“O casamento já não andava bem de uns seis meses para cá. Ela descobriu que ele a tinha traído de novo. Porque a primeira vez tinha sido há uns dois anos, quando ela estava grávida”, afirmou Santoro.

Site de relacionamentos

Segundo Santoro, eles haviam se conhecido em um site de relacionamentos e estavam juntos desde 2004. Em 2007, foram morar juntos e, cerca de dois anos depois, oficializaram a união.

“O motivo do crime não foi ciúmes por causa de uma única mulher, foi por uma série de fatores. O casamento vinha deteriorando nos últimos meses até a situação virar uma bola de neve e culminar nessa tragédia.”

Santoro afirmou que apenas a família dele tinha ideia de que o clima estava pesado entre o casal. “Elize não comentava nada com os parentes dela para poupar a mãe, que está doente.”

Depoimento e reconstituição

À polícia, Elize contou que agiu sozinha e usou uma arma, calibre 380, que ganhara de presente do marido.

Depois de deixar o DHPP na noite de quarta, onde depôs, ela seguiu com uma equipe de peritos técnicos até a cobertura onde vivia com o marido para ajudar na reconstituição do crime.

Com um boneco para representar a vítima, os peritos confirmaram a versão de Elize, de que Matsunaga foi morto com um tiro na cabeça na sala e foi arrastado até um dos quartos. No apartamento, foram apreendidas 30 armas de diversos calibres e cerca de 10 mil projéteis. Matsunaga era colecionador e tinha autorização para ter as armas.

Também na noite de quarta, a polícia divulgou as imagens das câmeras de segurança do prédio onde o casal vivia. Elas mostram os últimos momentos de vida do executivo e quando Elize desceu até a garagem, pelo elevador de serviço, com as três malas usadas para transportar o corpo.