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Pai e madrasta são investigados por suposto espancamento e morte de menino de 2 anos no Rio

Do UOL, no Rio

18/07/2012 11h31Atualizada em 18/07/2012 16h32

Weslei Fernandes de Araújo, 2, morreu nesta terça-feira (17) após ter sido espancado supostamente pelo pai e madrasta, de acordo com boletim de ocorrência registrado na delegacia da Taquara (32ª DP), em Jacarepaguá, na zona oeste do Rio de Janeiro. A criança chegou a ser atendida no hospital Cardoso Fontes, no mesmo bairro, porém não resistiu aos ferimentos.

Os acusados pela autoria do crime, identificados como Windemberg de Araújo Souza e Luana Rodrigues do Nascimento, ambos de 23 anos, afirmaram primeiramente, em depoimento à polícia, que o menor teria caído de uma laje da casa da família, situada na comunidade de Rio das Pedras, em Jacarepaguá.

Depois, o pai do menino admitiu ter dado "tapas" na criança com o objetivo de a educar, por se tratar de um menino muito levado. "Mas há testemunhas que quebram esse argumento falando que ele era tranquilo e, mesmo assim, sempre aparecia com algumas marcas de agressões", afirmou o delegado que atendeu o caso no 32º Distrito Policial, Vilson Almeida Silva.

Os investigadores da 32ª DP solicitaram exames complementares ao laudo cadavérico do Instituto Médico-Legal a fim de confirmar ou não os indícios de que o menino teria sido vítima de violência doméstica. Os resultados devem ficar prontos de 15 a 30 dias.

O delegado afirma que a criança já chegou na unidade de saúde em estado de coma e com parada cardiorrespiratória. Ele foi entubado e passou por processo de reanimação, mas não resistiu às fraturas e ao traumatismo craniano, conta Silva.

Vizinhos e funcionários do hospital foram ouvidos como testemunhas. Segundo depoimentos de vizinhos e amigos da família, as agressões ao menino eram constantes. As testemunhas afirmaram ser frequentes os momentos em que a criança podia ser ouvida chorando e também barulhos que apontam os ataques.

Silva afirma ainda que a criança morava com o pai e a madrasta havia quatro meses. O menino antes morava com a mãe, uma garota de programa, no Espírito Santo. "Essa criança teria pego catapora e, quando a mãe viu que não poderia cuidar, entrou em contato com o pai, que já mantinha relacionamento com essa mulher há dois anos, para que ele cuidasse do filho", explicou o delegado.

Uma médica do Cardoso Fontes responsável pelo atendimento de emergência deve ser chamada para depor durante a semana. De acordo com as circunstâncias iniciais da investigação, ela teria questionado a versão apresentada pelo pai e pela madrasta e chamado a polícia, já que a criança chegou ao hospital com diversos sinais de espancamento.

O casal passou a madrugada em uma cela do distrito policial da Taquara, e a polícia não soube informar se eles já possuem advogados.

Há possibilidade de que os acusados sejam transferidos até o fim desta quarta-feira (18) para o complexo penitenciário de Gericinó, em Bangu, na zona oeste, segundo a polícia.