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Em um ano, número de estrangeiros que vêm trabalhar no Brasil cresce 25%, afirma OIT

Do UOL, em Brasília

19/07/2012 10h00

O bom momento econômico vivido pelo Brasil tem atraído migrantes estrangeiros para o país. Em apenas um ano, segundo relatório da OIT (Organização Internacional do Trabalho) divulgado nesta quinta-feira (19), o número cresceu 25,9%: eram 56 mil os trabalhadores estrangeiros que foram autorizados a trabalhar no país em 2010, cifra que saltou para 70 mil em 2011. Durante os anos de 2008 e 2009, esse contigente situava-se em torno de 43 mil.

“O significativo aumento do número de autorizações a partir de 2009 guarda relação direta com o crescimento econômico e incremento dos investimentos no Brasil, sobretudo nas atividades industriais, segmentos de petróleo, gás e energia. A crise financeira internacional, principalmente na Europa, vem aumentando a oferta de trabalhadores com maiores níveis de qualificação, o que facilita, portanto, a demanda existente no Brasil por profissionais de elevada qualificação e com expertise em segmentos específicos”, afirma o documento da OIT.

No total, segundo estimativas da OIT de 2010, existem cerca de 105,4 milhões de migrantes economicamente ativos (incluindo refugiados) a nível mundial, entre uma população total estimada de 214 milhões de pessoas que vivem fora do país onde nasceram ou de que são cidadãos.

Dados sobre estrangeiros
no país

  • 70 mil

    estrangeiros obtiveram autorização para trabalhar no país em 2011

  • 89,6%

    desses estrangeiros eram do sexo masculino

  • 15%

    desses estrangeiros vieram dos Estados Unidos

  • 88,2%

    desses estrangeiros instalaram-se na região Sudeste

Organização Internacional do Trabalho

    Em média, os estrangeiros que têm vindo trabalhar no país são homens (89,6%), americanos (15%) e escolhem a região Sudeste (88,2%) para se fixar – São Paulo e Rio de Janeiro respondiam por 48,2% e 35,3% do total nacional das solicitações de visto do trabalho concedidas em 2011.

    Emigração

    O relatório da OIT também aborda a situação dos brasileiros que deixaram o país para trabalhar no exterior. Segundo o Censo 2010, havia um contingente de 491 mil emigrantes, apresentando predomínio de mulheres - 265 mil (53,9%) em relação aos homens (46,1%).

    O perfil dos emigrantes revela que, além de feminino, a maioria dos emigrantes é jovem: a faixa etária de 20 a 34 anos respondia por 60,0% do volume de emigração internacional. De acordo com a OIT, 94,3% deles possuíam idades entre 15 e 59 anos de idade, o que corresponde ao segmento populacional em idade potencialmente ativa. “é possível inferir que os deslocamentos para o exterior foram realizados predominantemente de forma individual, sem acompanhamento da família, por motivo de trabalho e/ou estudo”, afirma o relatório.

    Os emigrantes brasileiros saem, em sua maioria, da região Sudeste (48,9%), com destaque para São Paulo (21,6% do total), seguido por Minas Gerais (16,8%). E, de acordo com o Censo 2010, os brasileiros ainda emigram mais para os Estados Unidos (23,8%), em seguida, Portugal (13,4%), Espanha (9,4%), Japão (7,4%) e Inglaterra (6,2%).