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Inaugurado há pouco mais de um mês, hospital público para cães e gatos em SP será ampliado

Cachorro é atendido em hospital público veterinário em São Paulo, que será ampliado - Marcelo Camargo/ABr
Cachorro é atendido em hospital público veterinário em São Paulo, que será ampliado Imagem: Marcelo Camargo/ABr

Fernanda Cruz

Da Agência Brasil, em São Paulo

12/08/2012 12h37Atualizada em 17/08/2012 20h06

O único hospital veterinário público na capital paulista, destinado a cães e gatos, foi inaugurado há 41 dias na capital paulista e já anuncia a ampliação do espaço físico. O novo prédio, que fica a 200 metros do antigo, se somará ao já existente para que a equipe do hospital eleve a quantidade de atendimentos em 20% a 25%.

De acordo com o diretor administrativo do hospital, o médico veterinário Renato Tartália, tanto para o novo espaço físico quanto para a elevação do número de animais atendidos, não haverá aumento no repasse de verbas. O convênio estabelecido entre a prefeitura e a Associação Nacional de Clínicos Veterinários de Pequenos Animais de São Paulo (Anclivepa-SP) garante R$ 600 mil mensais por um período de um ano.

O custo do aluguel do novo prédio, segundo o diretor, será de R$ 9 mil por mês. Com a ampliação, o hospital passará a ter salas para doenças exclusivas de felinos - endocrinologia, oftalmologia, odontologia - mais duas salas de cirurgia. Tartália conta que o prédio trará um novo fôlego para o trabalho do hospital.

“A unidade atual é bem desconfortável para as pessoas, para os animais e, principalmente, para os veterinários e funcionários que trabalham praticamente 12 horas em condições difíceis”, disse.

Por mês, o hospital, que fica no Bairro do Tatuapé (zona leste), atende aproximadamente mil novos casos. No total, são 25 veterinários que se dividem em 40 atendimentos, em média, por dia. A unidade, na verdade, teria capacidade para prestar apenas 33, conta Tartália.

Todos os dias pela manhã, às 8 h, uma fila de cerca de 25 pessoas se forma em frente ao hospital. São distribuídas senhas e a gerente de atendimento faz a seleção dos casos mais graves, que passam direto pela triagem. Os demais casos são chamados conforme o grau de urgência. Pela tarde, o hospital atende somente casos de emergência, que representam, na maioria, atropelamentos. No mínimo, são atendidos cinco bichos por dia vítimas de atropelamento.

Mesmo diante das dificuldades em atender a alta demanda, a equipe do hospital busca manter o padrão nas consultas. “A maioria dos animais, de 80% a 90%, já faz exames completos logo na primeira consulta. Hemograma, pressão arterial, glicemia”, conta o diretor do hospital.

Para conseguir o atendimento, os donos dos bichos de estimação precisam ser moradores da cidade de São Paulo, além de beneficiários dos Programas Bolsa Família, Renda Mínima ou provar que não têm condições financeiras de arcar com consultas e tratamentos veterinários. Para isso, a pessoa passa por uma entrevista com a assistente social, que fica todos os dias na unidade, das 7h às 16h.

O programa é voltado apenas para a população de baixa renda. O diretor faz um apelo:“aqueles que podem pagar, continuem indo ao seu veterinário e deixem as vagas para os que não podem.”

O público, de acordo com Tartália, além de não dispor de dinheiro para levar seu bicho de estimação a uma clínica particular, é o que mais precisa de orientação do hospital público. Nas periferias da cidade, conta ele, os animais ficam soltos e raramente são vacinados e castrados. Isso eleva os índices de reclamações feitas pelo número 156, da prefeitura, para que cães e gatos sejam apreendidos e levados ao Centro de Controle de Zoonoses (CCZ).

“Em 2001, foram 14 mil telefonemas. Isso não é aceitável, esse número é uma vergonha, não condiz com o status que a cidade de São Paulo tem perante o país e o mundo”, disse.

Cristiane Cerqueira Santos teve seu bichinho atendido no hospital. A auxiliar de limpeza chegou na unidade com Barbie, uma cadela de 1 mês e meio de vida, que nunca conseguiu andar. “Eu vejo ela se arrastando pelo chão e sofro junto”, conta. No hospital público, Barbie passará pelo exame de raio-x para que os veterinários definam se ela será operada ou se precisará de uma cadeira de rodas para cães.

Outra cadelinha que passa por tratamento no hospital é Meg, de 3 anos. A dona, a aposentada Maria da Glória Tozato, leva o animal todos os dias, há quase um mês, para tratar uma infecção nos rins. Meg foi uma das primeiras pacientes a receber atendimento. “Se eu tivesse que pagar por isso, nunca conseguiria”, disse Maria.

O hospital atende das 8h às 18h, de segunda a sábado, na Rua Professor Carlos Zagotis, Número 3, no Bairro Tatuapé.