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Grupo é preso em Teresina suspeito de agenciar mulheres de SP, RJ e MG para prostituição

Panfleto encontrado pela polícia no suposto prostíbulo em Teresina traz as "regras" que as garotas deveriam seguir para usar o local; programas custavam entre R$ 120 e R$ 150 - Divulgação/Polícia Civil
Panfleto encontrado pela polícia no suposto prostíbulo em Teresina traz as "regras" que as garotas deveriam seguir para usar o local; programas custavam entre R$ 120 e R$ 150 Imagem: Divulgação/Polícia Civil

Aliny Gama

Do UOL, em Maceió

14/08/2012 17h31Atualizada em 14/08/2012 20h35

Oito pessoas foram presas, nesta terça-feira (14), suspeitas de participar de uma rede de prostituição em Teresina e na qual eram agenciadas garotas de programa trazidas do Rio de Janeiro, São Paulo e Paraná para trabalhar nas boates Beth Cuscuz e Copacabana, localizadas na capital piauiense.

Além de atuarem nas boates, as garotas ofereciam seus serviços em cinco sites, que já foram retirados do ar. Segundo a Polícia Civil, a ação, denominada "Operação Aspásia", foi resultado de investigações iniciadas há 15 meses para combater crimes de favorecimento à prostituição e tráfico interno de pessoas praticados em Teresina. A polícia diz ter informações de que exista uma permuta de garotas que trabalhavam em outros Estados para que “houvesse gente nova na casa”.

Ainda conforme a polícia, nas investigações se descobriu que, para usar os prostíbulos, as jovens eram obrigadas a pagar R$120,00 na entrada, e era determinado o consumo mínimo de bebidas a cada cliente --assim, elas seriam obrigadas a atingir metas. Ao final, as garotas receberiam 30% dos valores arrecadados e os outros 70% ficavam com os donos das boates. Os programas custavam de R$ 200 a R$ 500.

Imagens divulgadas pela Polícia Civil mostram o momento da chegada dos policiais a uma das boates onde funcionaria um prostíbulo de luxo na capital do Estado (veja abaixo)

Vídeo da polícia mostra quartos onde eram feitos programas

A delegada do Serviço de Operações Especiais, Daniela Barros, afirmou que o esquema de prostituição foi descoberto depois que investigações sobre o uso de cartões de crédito clonados para pagar passagens aéreas apontaram que existia uma rede de prostituição envolvida. O caso não foi divulgado no dia da prisão dos suspeitos de clonagem para não atrapalhar as novas investigações.

Entre as pessoas detidas estão os proprietários das boates Beth Cuscuz, Elizabeth Lourdes Oliveira, e Copacabana, Carlos Roberto Passos, que é suspeito de controlar os sites "gatasteresina", "mostrateresina.com", "multiescolha.com", "pecadocazual.com" e "soastop.com".

A delegada destacou que, durante o cumprimento dos mandados de busca e apreensão, observou que as condições de higiene das boates eram precárias. A policial afirmou que ficou chocada com o que viu. “Se aquilo é prostituição de luxo, o que eu vi é deprimente”, disse. Nas fiilmagens feitas pela polícia, aparece um dos quartos da boate Beth Cuscuz. Nele, a cama é de alvenaria, e estão espalhados restos de preservativos pelo chão e no lixeiro do banheiro.

A polícia informou ainda que os clientes, que não tiveram os nomes divulgados, gastavam fortunas com as garotas. A polícia não divulgou os nomes dos usuários do local e informou que eles não serão responsabilizados criminalmente.

Mulher Melancia

A polícia informou que a operação Aspásia estava marcada para ocorrer na última quinta-feira (9), no dia em que a dançarina Andressa Soares, conhecida como Mulher Melancia, ia se apresentar na boate Beth Cuscuz. No entanto, os mandados não ficaram prontos a tempo.

Após o show na boate, a dançarina, que se apresentou em um palco de pole dance, postou fotos no Twitter e comentou que estava “toda suadinha. Mas foi ótimo, casa lotada, amei Teresina", postou.

Andressa ainda comentou em uma das fotos postadas que o preço cobrado por mesa foi de R$ 500. "A mesa para assistir o show estava R$ 500 e tem gente que ainda insiste em criticar o Funk.”