Exército atuará no transporte de milho para abastecer o semiárido nordestino afetado pela estiagem
O Exército Brasileiro foi acionado para amenizar a escassez de milho no semiárido nordestino e outras regiões afetadas pela estiagem. A região enfrenta a maior seca dos últimos 50 anos e, apesar de o governo ter autorizado a remoção de 400 mil toneladas de milho para pequenos criadores de aves e porcos, existe dificuldade de frete causada pelo crescimento da demanda e por novas regras que aumentaram o tempo da entrega e o preço das tarifas.
Na última sexta-feira (31), o ministro da Agricultura, Mendes Ribeiro Filho, se reuniu com o ministro da Defesa, Celso Amorim, para pedir apoio das Forças Armadas. A Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) enviou nesta terça (4) ao Ministério da Defesa um memorando com a listagem das origens e dos destinos da produção de milho para resolver o problema de abastecimento.
A partir de agora, o Ministério da Defesa deve elaborar um plano emergencial de remoção do cereal. Segundo a Conab, um dos problemas enfrentados é que o Exército teria condições de transportar apenas carga ensacada. A estatal fará, então, o ensacamento de 400 toneladas por dia, sua capacidade atual, e pedirá o apoio logístico do Exército para transportar a carga, em processo que deve prosseguir até o fim do ano.
Além do apoio das Forças Armadas, a Conab informou que continuará realizando seus leilões com contratação de frete. Na próxima quinta-feira (6), serão contratados os serviços de transporte para remover 116.818 toneladas de milho de Mato Grosso e Goiás para o Nordeste (AL, BA, PB, PE, PI, RN), Sul (RS e SC) e Sudeste (MG e ES). O edital com os novos valores deve ser publicado ainda hoje no site da Conab.
Ministro garante abastecimento
O ministro da Agricultura, Mendes Ribeiro Filho, garantiu que o governo federal está adotando medidas para fazer com que o grão seja deslocado para as áreas afetadas.
“O milho chega, não na velocidade que tinha que chegar, até porque não existe transporte para isso. Estamos com uma ação com os governos estaduais, tentando fazer com que o problema deixe de existir o mais rápido possível”, declarou, após reunião na Sociedade Rural Brasileira, em São Paulo.
Mendes Ribeiro informou que está em diálogo com a diretoria da Conab para chegar a uma solução. “Não há como convencer o proprietário do caminhão (a fazer o deslocamento). O caminhoneiro não quer vir com o milho e voltar vazio. É uma dificuldade de estrutura que não dá para fugir”, disse.
O ministro assegurou também que não haverá problemas com o abastecimento de soja este ano. “Não vai faltar soja. Conversei com o setor, que me garantiu que não vai faltar soja. Estou acompanhando isso. Já o preço é uma questão de mercado e nós não temos como medir isso”, disse.
Mendes Ribeiro acredita que não há risco de uma nova crise alimentar no mundo nos moldes da que ocorreu em 2007 e 2008. “Não percebemos nenhum sinal disso. Pelo contrário, nós devemos ter uma safra histórica este ano e devemos ter algo no mesmo sentido, no ano seguinte.” Como forma de evitar crises de abastecimento no país, ele destacou a criação de políticas regionalizadas pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
“Queremos que o déficit de milho, que sempre existe no Sul e no Nordeste já possa ser evitado na próxima safra, com um trabalho elaborado durante o ano. Temos o levantamento de toda a nossa capacidade de armazenamento e buscamos parcerias com a iniciativa privada para suprir essa necessidade. Essa identificação está sendo feita e essa é uma das ações no nível regional por parte do ministério”, explicou.
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