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Ninguém ajudou Elize a esquartejar corpo de Matsunaga, diz delegado

Imagem de câmera de segurança mostra Elize com três malas - Reprodução
Imagem de câmera de segurança mostra Elize com três malas Imagem: Reprodução

Do UOL, em São Paulo

04/09/2012 08h47

O delegado Mauro Dias, do DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa), responsável pelas investigações da morte do empresário da Yoki, afirmou ao jornal "Agora" que tem convicção de que Elize Matsunaga, 30, acusada pela morte do marido, Marcos Matsunaga, 41, agiu sozinha. 

"A não ser que quem a ajudou a corte e se livrar do corpo desceu de rapel pelo prédio onde o casal morava, já que as imagens do condomínio não mostram ninguém saindo da cena do crime, a não ser Elize", disse.

A declaração contradiz laudo pericial que atesta que sangue de outro homem foi achado no apartamento, indicando que Elize pode ter tido ajuda para esquartejar o corpo.

Reportagem da revista "Isto É" publicada no final de semana afirma que um homem ajudou Elize a cortar o cadáver do marido. A conclusão é de um laudo do Instituto de Criminalística da Polícia Técnico-Científica de São Paulo, obtido na semana passada pela revista, sobre o exame das amostras de sangue encontradas no quarto em que ela esquartejou o corpo da vítima, na madrugada de 20 de maio.

Desde que foi presa, Elize afirma à polícia que cometeu o crime sozinha. Segundo a revista, os resultados dos exames de DNA detectaram no quarto a presença de sangue de outro homem além do sangue de Marcos.

Além disso, de acordo com o laudo, há a possibilidade de que haja sangue de outra mulher, além do de Elize, nas amostras de sangue feminino que foram coletadas.

Como foi a morte

Pela versão do promotor criminal do 5º Tribunal do Júri de São Paulo, José Carlos Cosenzo, Eliza retornou à capital paulista de avião em 19 de maio, data do crime. Marcos a buscou no aeroporto. Logo após chegarem ao apartamento do casal, na Vila Leopoldina (zona oeste), pediram uma pizza. Enquanto Marcos desceu para pegar a pizza, Elize preparou o crime e se armou. “O Marcos era muito mais forte do que ela, então ela só teria aquela chance. Se não fosse de surpresa, seria quase impossível [matá-lo].”

O exame necroscópico apontou que o tiro que matou o empresário partiu de um ponto mais alto do que ele, atravessou o crânio de trás para frente e foi feito a uma distância curta, de menos de 12 cm (a queima roupa). Com base no exame, o promotor acredita que o empresário foi morto assim que entrou com a pizza ou quando estava comendo, contrariando depoimento de Eliza, que disse ter disparado após ser xingada e ter levado um tapa na cara, quando ambos estavam em pé.

Logo após o tiro, diz o promotor, Elize, que tem formação como auxiliar de enfermagem, degolou o empresário, contrariando a versão dela própria, que afirmou à polícia ter esquartejado o corpo horas depois do disparo. “Quando ele foi decapitado, ainda estava vivo”, afirmou Cosenza apoiou-se no exame necroscópico, que mostrou que havia sangue no pulmão da vítima, fato pode comprovar que ele estava respirando no momento da degola.

Depois do crime

A sessão de esquartejamento do corpo durou cerca de dez horas, segundo a denúncia do MP. Depois, Elize colocou os pedaços do corpo sacos plásticos, os guardou em malas e seguiu de carro para o Paraná. Após ser parada pela Polícia Militar Rodoviária em Capão Bonito (SP), decidiu retornar a São Paulo. Em Cotia (Grande São Paulo), espalhou os sacos ao longo da estrada dos Pires.

Após chegar à capital, pagou R$ 7.000 ao detetive e foi até um shopping, onde se desfez da faca usada no crime e comprou uma bolsa de grife –segundo o MP, para despistar a polícia.