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"Quem não reagiu está vivo", afirma Alckmin sobre operação da Rota que matou nove

Do UOL, em São Paulo

12/09/2012 13h48Atualizada em 12/09/2012 14h26

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, defendeu nesta quarta-feira (12) a ação da Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar, grupo de elite da Polícia Militar), que matou nove pessoas durante uma operação para desbaratar um “tribunal do crime” em uma chácara em Várzea Paulista, a 50 km da capital paulista.

“Quem não reagiu está vivo”, afirmou o governador, segundo a emissora de rádio CBN. "Em um carro tinham quatro pessoas, dois morreram e dois estão vivos porque se entregaram."

“Está claro neste episódio que nós tínhamos um grande número de criminosos, com armamentos extremamente pesados, participantes de uma facção criminosa, e que a polícia surpreendeu a todos eles”, continuou Alckmin, que concedeu as declarações durante uma visita à região de Itaquera, na zona leste de São Paulo.

Cinco pessoas ainda foram presas durante a operação – elas foram transferidas nesta manhã para o Centro de Detenção Provisória de Jundiaí, a 58 km de São Paulo. A DIG (Delegacia de Investigações Gerais) de Jundiaí abriu uma investigação do caso.

Ontem, a Secretaria de Segurança Pública (SSP) de São Paulo divulgou uma nota segundo a qual o batalhão da PM do município recebeu uma denúncia anônima informando que integrantes de uma quadrilha fariam uma espécie de “tribunal do crime” para julgar um suposto estuprador.

O “tribunal do crime” é realizado paralelamente à lei por criminosos que punem condutas indesejadas com a morte. Na chácara, estavam, além dos criminosos, a vítima do suposto estupro, uma garota de 12 anos, os pais e o irmão dela.

Dois pelotões da Rota, com 40 policiais em dez viaturas, foram enviados ao local por volta de 16h30. No endereço, eles teriam encontrado dois carros fugindo em direção oposta e em alta velocidade. Segundo nota da SSP, uma parte dos policiais seguiu os veículos e outra ficou no local.

A secretaria diz que os suspeitos nos dois carros atiraram contra os policiais, que teriam revidado. Em um dos carros, dois suspeitos morreram e outro foi preso. No outro, dois morreram e dois foram presos. Na chácara, quem ficou também atirou contra a Rota, ainda segundo a secretaria. Cinco suspeitos foram detidos e cinco morreram.

Os PMs apreenderam duas espingardas calibre 12, uma metralhadora, sete pistolas, quatro revólveres, cinco veículos roubados e 20 quilos de maconha que estavam dentro de uma geladeira. 

A polícia afirma ter encontrado uma dinamite e uma granada. O Gate (Grupo de Ações Táticas Especiais) foi chamado para realizar a coleta do material.

O comandante da Polícia Militar de São Paulo, coronel Roberval Ferreira França, afirmou na noite de ontem que a operação da Rota foi legítima. "Todos os indicativos, até o presente momento, atestam uma ação legítima. Nos três pontos de confrontos nós tivemos a prisão de criminosos ilesos. Isso indica uma ação legítima", afirmou.