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Leilão de relógios do traficante Abadía fracassa pela 2ª vez; nenhuma peça é arrematada

Do UOL, em São Paulo

08/10/2012 16h53Atualizada em 08/10/2012 17h58

O segundo leilão de relógios do colombiano Juan Carlos Ramírez Abadía, o maior traficante de drogas já preso no Brasil, terminou nem nenhuma peça arrematada nesta segunda-feira (8). Uma peça havia sido vendida por R$ 9.659 no primeiro leilão, ocorrido em 24 de setembro, mas o comprador não pagou, portanto o relógio voltou à lista. Ao total, são 20 peças avaliadas em R$ 2,1 milhões.

Segundo a Justiça Federal, que administra o leilão, as peças não são arrematadas por conta do alto valor delas. Os relógios foram avaliados em 2007, quando foram apreendidos, e este preço de avaliação pode ter se depreciado – também porque as peças são guardadas em um cofre comum em um mostruário, sem manutenção periódica. Desta forma, a Justiça fará uma nova avaliação antes de marcar o próximo leilão.

No leilão de hoje, havia marcas como Cartier, Bvlgari e Rolex, com preços que partem de R$ 7.087 e podem chegar a R$ 335 mil, caso do suíço Audemars Piguet.

Os relógios são produtos do tráfico internacional de drogas e lavagem de dinheiro. A alienação dos bens foi determinada pelo juiz federal substituto da 6ª Vara Criminal Federal de São Paulo, Marcelo Costenaro Cavali, em função do tempo decorrido desde a apreensão dos relógios e da dificuldade de conservá-los. Em nota, a Justiça Federal informou que, conforme o magistrado, não haverá prejuízo ao réu caso haja uma reversão de condenação em instâncias superiores, pois o produto da arrecadação do leilão será depositado em conta judicial.

Em 2008, um primeiro leilão de bens apreendidos de Abadía teve carros, bicicletas, relógios importados e eletrodomésticos arrematados no Jóquei Clube de São Paulo.

O megatraficante colombiano foi preso pela Polícia Federal em agosto de 2007 em Aldeia da Serra, na Grande SP, e extraditado para os Estados Unidos no ano seguinte. Ele foi condenado a 30 anos de prisão por quatro crimes - formação de quadrilha, corrupção ativa, lavagem de dinheiro e uso de documentos falsos.