MP e polícia prendem 20 em megaoperação contra o crime na região de Campinas (SP)
Vinte pessoas foram presas na manhã desta segunda-feira (22) em uma megaoperação realizada em conjunto entre o Ministério Público e a Polícia Militar contra o crime organizado na região de Campinas (93 km de São Paulo). De acordo com a PM, entre os detidos estão líderes de uma facção criminosa que atua no interior do Estado de São Paulo.
Duas pessoas continuam foragidas. Outras sete foram presas durante as investigações do Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas e de Investigações Criminais (Gaeco), do MP, sobre o esquema. A ação apreendeu um fuzil, uma espingarda, três granadas e drogas.
Segundo o Gaeco, além das prisões, os agentes cumpriram 28 mandados de busca e apreensão nos municípios de Campinas, Sumaré, Hortolândia e Monte Mor, onde um homem resistiu à prisão e manteve a mulher e a filha de nove meses reféns por cerca de duas horas. Após negociação com policias militares, o suspeito libertou as duas e se entregou aos PMs.
“São criminosos de alta periculosidade. Consideramos a ação de grande êxito pela quantidade de prisões e apreensões realizadas, mas a operação vai continuar até prender os dois suspeitos que estão foragidos”, disse o major da PM Marci Elber.
Dois homens que estavam escondidos na sede da torcida organizada de um time de futebol, na avenida Francisco Glicério, em Campinas, foram os primeiros a serem presos pela PM. Em uma casa na Vila Vitória, também em Campinas, foram presos uma mulher de 28 anos e um homem de 63. Com eles, foram apreendidos um fuzil, uma espingarda, três granadas, três coletes à prova de balas e drogas.
No mesmo bairro, em outra residência, foi detido um jovem de 24 anos que estava com um revólver. Um suposto laboratório que refinava cocaína foi encontrado na região. No local, foram apreendidos uma balança de precisão, uma garrafa de acetona e pó branco.
Segundo a PM, o material apreendido e os presos serão levados para o Comando do Policiamento do Interior-2 (CPI-2), em Campinas, e em seguida para o 1º Distrito Policial da cidade
Veja momento em que PM é morto em Santos (SP)
Onda de violência
As prisões desta segunda-feira em Campinas fazem parte de uma tentativa de contraofensiva das forças de segurança pública do Estado de São Paulo à onda de violência contra policiais que vem assustando moradores de grandes cidades paulistas nas últimas semanas.
Na madrugada de domingo a casa de um policial militar aposentado foi atingida por seis tiros em Ribeirão Preto (313 km de São Paulo). Os disparos aconteceram por volta das 3h. Nos últimos dias, foram registrados ao menos outros três casos de ataques contra policiais.
O bombeiro Osvaldo Piedade Júnior, 44, foi abordado na noite de sábado (20) por dois criminosos e alvejado por ao menos seis tiros em São Paulo. No chão, viu os bandidos passarem com o carro por cima dele --socorrido, morreu no hospital. Três horas depois, ainda em São Paulo, o sargento Luiz Antonio de Souza, 42, foi assassinado a tiros em um bar.
Na sexta-feira (19), equipes da Força Tática da Polícia Militar de São Paulo prenderam em Aparecida (180 km de São Paulo), cidade localizada no Vale do Paraíba, entre são Paulo e Rio de Janeiro, um rapaz suspeito de ameaçar policiais de morte no Facebook.
Segundo a assessoria de imprensa da PM-SP, o rapaz --cuja identidade e idade não foram divulgadas --fez as ameaças através da rede um dia antes, na quinta-feira (18). Ele foi preso, e, de acordo com a polícia, confessou ser o autor das postagens.
Em Santos (72 km de São Paulo) o chefe da carceragem do 5º DP (Distrito Policial), José Heráclito Barbosa, 60, sofreu no dia 13 deste mês uma tentativa de homicídio. Foi o quarto atentado contra policiais em dez dias na cidade, com saldo de dois mortos.
Eficiência à prova
Todos esses casos mais recentes desafiaram a eficiência da polícia paulista. No último dia 10, o governo do Estado de São Paulo havia anunciado que o efetivo da Polícia Militar seria aumentado em 5.000 homens, com prioridade para a região metropolitana de São Paulo e a Baixada Santista.
Com as mortes deste fim de semana, chega a 86 o número de PMs da ativa e da reserva assassinados este ano no Estado -à média de dois assassinatos por semana. O secretário da Segurança Pública, Antonio Ferreira Pinto, disse que em 46 casos há evidências de atentado.
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), disse que já foram identificados 149 criminosos responsáveis pelos ataques, sendo que 103 estão presos, 28, foragidos, e 18 foram mortos pela polícia. "É uma ação intimidatória por parte do crime organizado", afirmou.
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