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Após ver vídeos, promotora diz que dona de pet shop no Rio também maltratava animais

A dona do pet shop Quatro Patas e seu filho depõem na delegacia de Meio Ambiente em São Cristóvão, no Rio de Janeiro - Alexandre Brum/Agência O Dia/Estadão Conteúdo
A dona do pet shop Quatro Patas e seu filho depõem na delegacia de Meio Ambiente em São Cristóvão, no Rio de Janeiro Imagem: Alexandre Brum/Agência O Dia/Estadão Conteúdo

Rodrigo Teixeira

Do UOL, no Rio de Janeiro

01/11/2012 13h10

Novos vídeos divulgados na quarta-feira (31) pelo MP-RJ (Ministério Público do Rio de Janeiro) mostram que a dona da pet shop Quatro Patas, no Engenho de Dentro, na zona norte do Rio de Janeiro, Solange Barroso, também maltrataria os animais levados para tomar banho em seu estabelecimento, segundo avaliação da promotora de Defesa dos Animais, Christine Monnerat. "Ainda estou analisando todos os vídeos, mas pude perceber que a dona da pet shop, pelo que eu vi, ela com certeza praticava maus tratos com o filho, não tenho a menor dúvida disso”, afirma a promotora.

O caso ganhou repercussão depois que um ex-empregado divulgou imagens gravadas há cinco meses, em que o filho de Solange, Daniel Barroso, 20, aparece atacando quatro cães enquanto preparava o banho deles. A mãe dele disse que não sabia das agressões e pediu desculpas aos clientes.

O estabelecimento fechou no dia seguinte à divulgação das imagens. A prefeitura da capital fluminense suspendeu, temporariamente, o alvará da loja e o proprietário do prédio cancelou o contrato de aluguel, em vigor havia três anos.

A promotora disse que para os maus tratos não fiquem impunes, com uma pena de doações de cestas básicas, ela solicitará que o caso seja apreciado por uma vara criminal. Monnerat quer que os crimes praticados sejam individualizados e as penas sejam somadas por cada animal.

Filho da dona já tinha aparecido em vídeo agredindo cães

“A mãe disse que desconhecia as práticas. Não só ela sabia, como ela fazia, participava dos maus tratos aos animais. Entretanto, a pena para esse tipo de crime é muito pequena. Uma vez que os dois praticavam os crimes, as penas têm ser somadas. Foram  pelo menos  sete animais diferentes, com isso eu entendo que eles não possam pagar cesta básica e ir embora para casa”, explicou.

Segundo a promotora, os vídeos servirão de provas, mas o depoimento do funcionário da pet shop e das vítimas são fundamentais.

O delegado titular da DPMA (Delegacia de Proteção ao Meio-Ambiente), José Fagundes de Resende, afirmou que o inquérito está em fase final de conclusão e deve ser encaminhado para o Ministério Público na próxima semana.

Segundo a Seop (Secretaria de Ordem Pública (Seop), o estabelecimento estava em situação irregular junto à Vigilância Sanitária.

Cerca de 50 pessoas chegaram a fazer um protesto em frente ao pet shop e em frente à casa da dona do estabelecimento.

Maltratar, ferir ou mutilar animais silvestres, domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos é crime ecológico, conforme artigo 32 da Lei 9.605, de 1998. Se condenado, o autor dos maus tratos pode pegar pena de detenção de três meses a um ano, além de multa.