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Em meio à crise na segurança, Alckmin amplia 'bico oficial' para 123 cidades de São Paulo

O governador Geraldo Alckmin (no centro) e os novos comandantes da Polícia Militar, o coronel Benedito Roberto Meira (à esq.), e da Polícia Civil, o delegado Luiz Maurício Blazek (à dir.) - Eduardo Knapp/Folhapress
O governador Geraldo Alckmin (no centro) e os novos comandantes da Polícia Militar, o coronel Benedito Roberto Meira (à esq.), e da Polícia Civil, o delegado Luiz Maurício Blazek (à dir.) Imagem: Eduardo Knapp/Folhapress

Fabrício Calado<br>Andréia Martins

Do UOL, em São Paulo

27/11/2012 16h34

Durante a cerimônia de apresentação dos novos chefes das polícias Civil e Militar, o governador Geraldo Alckmin anunciou a ampliação do programa de "bico oficial" para 123 cidades do Estado de São Paulo. Segundo ele, atualmente apenas Mogi das Cruzes e São Paulo têm a medida, chamada oficialmente de atividade delegada.

"Teremos mais policiais nas ruas", afirmou o governador. A atividade delegada é um convênio firmado entre Prefeitura e a Secretaria da Segurança Pública, que permite aos policiais militares desempenharem suas funções nos dias de folgas. Os PMs podem trabalhar por, no máximo, 12 dias por mês e a carga horária não pode passar de oito horas por dia.

A proposta foi aprovada pela Assembleia Legislativa do Estado em 13 de novembro, com votos contrários das bancadas do PT e do PSOL. A oposição afirma que a medida expõem a mais riscos os policiais que trabalharem em suas folgas. "É uma falsa impressão de aumento de efetivo", diz o deputado estadual Alencar Santana, líder do PT na Assembleia.

Tucano rebate relatório da Anistia

Alckmin aproveitou a cerimônia desta terça-feira para rebater relatório da Anistia Internacional que apontou negligência do governo de São Paulo no combate à onda de violência. Segundo o tucano, de 2000 a agosto deste ano, 3.999 PMs e 1.795 policiais civis foram demitidos ou expulsos das corporações."Se tem um Estado que tem uma corregedoria que age e toma providência é São Paulo", disse o governador.

Questionado sobre em quanto tempo espera que as medidas recém-anunciadas diminuam a onda de mortes no Estado, Alckmin disse: "É para ontem (a redução)". "Todo mundo está trabalhando com senso de urgência."

Outras medidas anunciadas pelo tucano foram a ampliação dos quadros das polícias no Estado. Segundo Alckmin, na próxima semana 185 delegados de polícia reforçarão o efetivo, além de 137 policiais que ingressarão na academia de polícia civil. 

Alckmin afirmou que "o governo federal é nosso parceiro", mas negou que a troca no comando das polícias tenha relação com o plano de combate ao crime organizado feito entre os governos federal e estadual. O governador disse ainda que está mantido o cronograma de criação de uma agência integrada de combate ao crime organizado, com participação das administrações do Estado e da União.

Primeiras mudanças

O delegado Luiz Maurício Souza Blazeck, 49, e o coronel Benedito Roberto Meira, 50, tomaram posse nesta terça-feira (27) no Palácio dos Bandeirantes, em São Paulo, como novos comandantes das polícias Civil e Militar do Estado de São Paulo, respectivamente.

A troca no comando das polícias no Estado de São Paulo foi a primeira medida do novo secretário da Segurança, Fernando Grella, que tomou posse na última quinta-feira (22). As substituições foram anunciadas nesta segunda-feira (26). 

Ainda ontem, Grella disse que mudará alguns procedimentos no dia a dia da secretaria, passará a fazer reuniões diárias com o comando das polícias e aumentará o efetivo nas três corporações.

Segundo o secretário, na PM, a meta é colocar mais policiamento nas ruas. Na Civil e Técnico-Científica, o objetivo é agilizar a chegada das equipes de investigações e perícia o mais rápido possível ao local dos crimes, para facilitar a elucidação dos casos.

“Já pedi ao novo delegado-geral a agilização das investigações que estão a cargo do DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa), com reforços nas equipes. Nenhuma morte vai ficar sem esclarecimento”, declarou Grella em entrevista na terça-feira ao ser questionado sobre a onda de violência em São Paulo e o envolvimento de policiais nos casos.

Grella também disse que haverá uma reformulação nos trabalhos de inteligência das polícias e prometeu empenho e “trabalho intenso” para reverter o aumento de homicídios no Estado.

Sobre os novos chefes da polícia de SP

Blazeck entra na Polícia Civil no lugar de Marcos Carneiro de Lima, e Meira assume o Comando Geral da Polícia Militar no lugar de Roberval Ferreira França. A única direção que não foi alterada foi a da Polícia Técnico-Científica, que continua comandada pelo perito criminal Celso Perioli.

O novo delegado-geral da Polícia Civil é natural de Sorocaba, formado em direito e está há 26 anos na Polícia Civil do Estado. De 2002 a 2005, Blazeck assumiu a Delegacia Seccional de Sorocaba. Atuou, de 2007 a 2008, em várias funções no Decap, onde virou divisionário dos setores de Assistência Policial e Administração. Em 2009, foi delegado divisionário no Deic e assistente no DHPP, além de ter sido promovido, por merecimento, à classe especial.

Ex-ocupante do cargo, Carneiro Lima colocou o cargo à disposição logo no dia da posse do novo secretário e justificou a decisão dizendo que queria deixar Grella à vontade para efetuar mudanças nas polícias do Estado. Ele também gerou polêmica ao dizer que vítimas da onda de violência na capital e na região metropolitana tiveram suas fichas criminais checadas pela polícia antes de morrerem. Depois, no mesmo dia, o ex-delegado voltou atrás e disse que tal prática foi verificada no passado.

Já Meira atuou em diversas unidades da Polícia Militar, algumas na região de Bauru, no interior do Estado, onde foi coordenador operacional do 2º Batalhão de Polícia Rodoviária e comandante do 4º Batalhão de Policiamento do Interior. Na capital, foi comandante do Policiamento de Área Metropolitano Quatro (responsável pela zona leste). Assumiu o atual cargo de secretário-chefe da Casa Militar e coordenador estadual de Defesa Civil em 6 de abril de 2012, a convite do governador Geraldo Alckmin.


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