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Alugadas ou próprias, lanchas invadem o litoral brasileiro

A apresentadora Débora Rodrigues tem um barco há quatro anos - Zanone Fraissat/Folhapress
A apresentadora Débora Rodrigues tem um barco há quatro anos Imagem: Zanone Fraissat/Folhapress

Camilla Rigi

Do UOL, em São Paulo

03/01/2013 08h00

O Brasil tem um barco para cada 271 pessoas, uma proporção bem menor que a de carros – que é de um veículo para cada cinco habitantes –, mas aos poucos esses condutores vêm se tornando mais numerosos nas praias brasileiras.

De acordo com a Acobar (Associação Brasileira de Construtores de Barcos e seus Implementos), a frota brasileira de embarcações de esporte e lazer com comprimento igual ou superior a 16 pés, ou seja, de pequeno porte, atingiu a marca de 70 mil em trânsito, sendo 16,4% desse total constituído por veleiros e 83,6% por embarcações a motor.

Segundo o presidente da associação, Eduardo Colunna, há um crescimento da demanda por modelos com comprimento entre 20 e 26 pés, com valores em torno de R$ 60 mil. Práticas facilitadas de financiamento e taxas de juros razoáveis no mercado estão permitindo que uma fatia crescente, mas ainda pequena, de brasileiros escolha um barco como o "segundo carro" da família.

Trocar a casa de praia por um barco foi a ideia da apresentadora de TV Débora Rodrigues, que há quatro anos mantém o costume de sair para velejar com a família.
 
Recentemente, decidiu se desfazer da casa de veraneio no litoral norte e investiu em uma embarcação maior, com 81 pés, ou seja, cerca de 25 metros de comprimento. “A gente quer lazer. Com o barco, a gente pode acordar cada dia em uma praia diferente. É uma casa flutuante”, conta ela. E já observa que muitos de seus amigos estão seguindo seu exemplo e aventurando-se na compra do primeiro barco.
 
Carlos Almeida Silva, gerente náutico da marina Igararecê, em São Sebastião (SP), diz que o crescimento da frota de barcos, ainda que sem índices oficiais, vem sendo notado nos últimos sete anos. Um dos sinais é a reforma de ampliação do píer em que ele trabalha, justamente para receber os novos clientes.
 
“Atualmente, não temos mais vagas para os donos que deixam seus barcos conosco”. Silva explica que uma lancha nova, com cabine, e que seja confortável para uma família de quatro pessoas, custa em média R$ 450 mil. Mas os modelos mais simples, que não têm cabine, variam em torno de R$ 20 mil.
 
“O cliente normalmente quer conforto”, diz o gerente. Um iate, que por definição corresponde a um barco com mais de 100 pés de comprimento, pode sair por mais de R$ 1 milhão. Na última edição do Boat Show de São Paulo, feira especializada do setor, em setembro de 2012, um dos lançamentos mais cobiçados era uma lancha de quase R$ 6 milhões. 
 
Apesar dos altos custos das embarcações de luxo, de acordo com Wlademir Fumagalli, proprietário e comodoro da Azul Marina, em Búzios (RJ), nem só a classe A desfruta dos barcos. As diárias de aluguel de lanchas mais simples estão em média entre R$ 2 mil e R$ 3 mil, e o programa vem se popularizando entre grupos de amigos e atraindo gente das classes B e C.  “O serviço de passeio de escunas é bem procurado, assim como traineiras”, conta o comodoro.