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Número de mortes provocadas pela chuva em Minas Gerais supera período 2011-2012

Chuva que atingiu Belo Horizonte provocou queda de árvores, como na rua Peçanha, no bairro Carlos Prates - Luiz Costa/Hoje em Dia/Estadão Conteúdo
Chuva que atingiu Belo Horizonte provocou queda de árvores, como na rua Peçanha, no bairro Carlos Prates Imagem: Luiz Costa/Hoje em Dia/Estadão Conteúdo

Rayder Bragon

Do UOL, em Belo Horizonte

15/01/2013 12h20

As vinte e duas mortes registradas em decorrência de tempestades em Minas Geras nesse novo período chuvoso, que começou em outubro do ano passado e termina em abril de 2013, já superou o total de vítimas observado no mesmo período anterior, quando vinte pessoas perderam a vida.

Segundo a Defesa Civil Estadual, a última ocorrência relativa ao mau tempo foi verificada nesta segunda-feira (14), em Lambari (345 km de Belo Horizonte). Conforme o órgão, duas pessoas morreram soterradas por uma encosta que deslizou em cima de uma oficina mecânica. A chuva não dá trégua na localidade desde o dia 11 deste mês.

Ao todo, treze cidade mineiras já decretaram situação de emergência por causa das tempestades, que provocaram ainda ferimentos em nove pessoas e o desabamento de nove imóveis em cidades do Estado.

Ainda conforme relatório mais atualizado do órgão, 176 pessoas estão desabrigadas, ou seja, precisaram ser deslocadas para abrigos, e 187 ficaram desalojadas, sendo levadas para casa de parentes ou vizinhos.

A Defesa Civil Estadual informou que 188 edificações sofreram danos por causa das chuvas e nove foram destruídas. O relatório apontou 163 "obras de infraestrutura" (pontes, viadutos) afetadas de alguma maneira pelos temporais e 36 delas que vieram abaixo.

Raios

A Defesa Civil revelou que, neste novo período, houve uma incidência maior de pessoas mortas após terem sido atingidas por raios (descarga atmosférica). Até o momento, seis vítimas foram a óbito por causa do fenômeno.

Em um dos casos, um rapaz de 23 anos morreu ao ser atingido por um raio durante uma festa "rave" realizada na cidade de São Tomé das Letras (334 km de Belo Horizonte), em outubro do ano passado.

Conforme o major Edylan Arruda, integrante da Defesa Civil Estadual, além do incremento de ocorrências de pessoas atingidas pelos raios, em alguns casos de óbitos registrados na nova temporada de chuvas, as atitudes tomadas pelas vítimas contribuíram para o aumento no número de mortes.

"Existe, como em todos os anos, o problema da (falta) de percepção do risco (pelas pessoas). Mas a gente vê que esse ano tem várias fatalidades. As próprias pessoas não acreditam que possa ocorrer alguma coisa com elas", afirmou.

"Melhorou, mas ainda não é ideal"

O coordenador citou o exemplo da morte de uma mulher, moradora da cidade de Ipatinga (217 km de Belo Horizonte) que, segundo a ocorrência, tentou salvar um cão em uma galeria de escoamento de água fluviais e foi surpreendida pelo aumento do volume de água do rio provocado pela chuva. O acidente ocorreu no dia 11 deste mês. Um vizinho da mulher tentou socorrê-la e acabou morrendo afogado.

O oficial informou que o órgão presta socorro às cidades que não conseguem, por meio das coordenadorias municipais, sanar os problemas derivados das chuvas. Segundo ele, o número de cidades que possuem a própria defesa civil aumentou nos últimos anos.

"Melhorou muito, mas não é o ideal", disse o coordenador. Ao todo, das 853 localidades mineiras, 707 informaram ao órgão estadual terem criado defesas civis municipais.