Topo

Cachorro que levou tiro ganha nome de bala e novo dono no interior de São Paulo

Karen abraça Toffe, que ganhou nome de bala após receber tiro em Ribeirão Preto (SP) - José Bonato/UOL
Karen abraça Toffe, que ganhou nome de bala após receber tiro em Ribeirão Preto (SP) Imagem: José Bonato/UOL

José Bonato

Do UOL, em Ribeirão Preto (SP)

18/01/2013 14h38

Um cachorro que ficou em estado grave após ser atingido por um tiro ganhou nome de bala e um novo lar em Ribeirão Preto (313 km de São Paulo). As circunstâncias na qual o bicho foi alvejado na casa do antigo dono são desconhecidas.

A bala de revólver continua alojada no ombro de Toffe, mas ele leva uma vida normal ao lado de outros três cães e um gato da família que o adotou. Antes de levá-lo para casa, a oficial administrativa Karen Michelle Minchio, 26, acompanhou à distância a situação do cão por oito meses.

Ela tomou conhecimento do bicho por intermédio do irmão, que é policial. “No dia em que o Toffe foi baleado, no ano passado, meu irmão telefonou e perguntou se eu não queria ficar com ele. Na hora eu não quis, mas resolvi acompanhar a história.”

Ferido, o animal foi levado para o Centro de Controle de Zoonoses de Ribeirão. Ali havia o risco de o bicho ser sacrificado porque o local não tem condições de dar assistência veterinária a animais machucados. Mas, por intermédio de Karen, uma ONG retirou o cachorro do centro e providenciou o tratamento veterinário.

Depois de curado, Toffe foi castrado, vacinado e oferecido em feiras de adoção organizadas pela ONG Cãopaixão. Enquanto o novo dono não aparecia, Toffe permaneceu num hotel para cães. Há dez dias, chegou ao novo lar.

Estado de choque

“Ele é muito carinhoso e um ótimo cão de guarda. Está sempre em estado de alerta”, disse Valdete, mãe da oficial administrativa. A convivência de Toffe com os outros animais da família é tranquila.

O cachorro ganhou o nome de Toffe dos veterinários que o atenderam. “Precisava ter um nome na ficha de atendimento, então escolhemos Toffe por causa da bala”, afirma a veterinária Paula Filipin, 28.

Segundo ela, optou-se por não fazer a cirurgia para retirar o projétil do animal porque a região na qual a bala se alojou é muito delicada e tem muitas enervações.

Ela disse que Toffe chegou à clínica com hemorragia e em estado de choque. O bicho, que permaneceu dois meses sob cuidados clínicos, é uma mistura de pastor alemão com alguma raça pequena. “É um pastor anão”, diz a veterinária.