Topo

Certidão de óbito de Eliza ajudará filho do goleiro Bruno a entender caso, diz mãe da modelo

Sônia de Fátima Moura carrega o neto Bruno, filho de Eliza Samudio e do goleiro Bruno Souza, em 2010 - Christian Rizzi/Agência de Notícias Gazeta do Povo/AE
Sônia de Fátima Moura carrega o neto Bruno, filho de Eliza Samudio e do goleiro Bruno Souza, em 2010 Imagem: Christian Rizzi/Agência de Notícias Gazeta do Povo/AE

Rayder Bragon

Do UOL, em Belo Horizonte

22/01/2013 11h29

A mãe de Eliza Samudio disse que a certidão de óbito da filha, cuja expedição foi determinada semana passada pela Justiça de Minas Gerais, vai auxiliá-la na tentativa de fazer com que o neto compreenda toda a história envolvendo Eliza e o goleiro Bruno Souza. A paternidade da criança foi atribuída ao jogador pela Justiça do Rio de Janeiro, no ano passado.

Segundo Sônia de Fátima Moura, o menino irá completar três anos em fevereiro deste ano e, no momento em que começar a lhe questionar sobre o caso, ela tentará explicar ao neto o que teria ocorrido com Eliza.

“Futuramente, se alguém disser a ele que a mãe está viva e está em algum lugar, como sempre é especulado, eu vou poder mostrar a ele que não é verdade. Eu tenho certeza disso, a Justiça tem certeza disso”, afirmou a mulher, que tem a guarda da criança e mora no Mato Grosso do Sul.

Segundo Sônia Moura, o neto atualmente tem tido acompanhamento psicológico e apresentaria sintoma de ter passado por experiência traumática. Conforme a polícia mineira, o menino seria o pivô de toda a trama que culminou na morte da ex-amante do jogador.

De acordo com o Ministério Público (MP), as investigações apontaram que o goleiro não queria assumir a paternidade da criança e nem que a gravidez da moça prosseguisse. O atleta teria tentado forçar Eliza a praticar um aborto.

“Tudo o que ele (filho de Eliza) viveu está vindo à tona agora. Ele tem pavor de entrar em um ambiente fechado. Ele tem medo de ficar sozinho, de ser abandonado. Ele não fica sozinho em momento nenhum”, disse a mãe de Eliza.

De acordo com a investigação da polícia mineira, o menino teria sido levado juntamente com a mãe à casa do ex-policial Marcos Aparecidos dos Santos, o Bola, em Vespasiano, região metropolitana de Belo Horizonte, onde Eliza teria sido executada em 10 de junho de 2010.

O inquérito apontou ainda que a vida do menino foi poupada e, em seguida, ele foi entregue a pessoas desconhecidas, em Ribeirão das Neves, outra cidade da região metropolitana da capital mineira, onde posteriormente foi localizado pela polícia.

Especulações

Sônia de Fátima Moura afirmou ainda que a certidão de óbito, documento que ela afirmou ainda não ter em mãos, vai representar o fim das especulações sobre o destino dado à filha.

“A Justiça está com todas as provas que a minha filha está morta. Para mim é triste, eu gostaria de outro desenrolar. Agora, a minha esperança agora é encontrar os restos mortais da minha filha”, afirmou.

De acordo com a assessoria do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJ-MG), foi expedido um mandado a cartório de Vespasiano determinando a confecção da certidão de óbito.

Bruno e mais dois réus serão julgados no início de março deste ano pelo sumiço e morte de Eliza Samudio no Fórum Doutor Pedro Aleixo, em Contagem, região metropolitana de Belo Horizonte.

Em novembro do ano passado, Luiz Henrique Ferreira Romão, o Macarrão, foi condenado a quinze anos de prisão, em regime fechado, pelos crimes de sequestro e cárcere privado e morte de Eliza.

Já Fernanda Castro, outra ex-amante do goleiro, foi condenada a cinco anos de prisão pelos crimes de sequestro e cárcere privado de Eliza Samudio e do filho dela. Como a pena foi inferior a seis anos, ela vai cumpri-la em regime aberto.