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Perito Molina diz que perícia do caso Gil Rugai é "ridícula"

Janaina Garcia

Do UOL, em São Paulo

18/02/2013 09h54

O perito Ricardo Molina disse nesta segunda-feira (18), no Fórum Criminal da Barra Funda, zona oeste de São Paulo, que a perícia do caso Gil Rugai "é ridícula".

Contratado pela defesa do ex-seminiarista, Molina disse que irá expor razões técnicas capazes de provar erros do Instituto de Criminalística durante a investigação do caso.

Rugai é acusado dos assassinatos do próprio pai, Luiz Carlos Rugai, e da madrasta, Alessandra de Fátima Troitino. O casal foi morto a tiros na casa em que morava, em 28 de março de 2004, em Perdizes, zona oeste.

"Está tudo errado, do começo ao fim", declarou Molina, para quem "a perícia é ridícula".

O perito não quis entrar em detalhes sobre os aspectos que foram analisados antes de se manifestar em juízo, mas disse que um dos pontos questionados serão as marcas de um chute na porta da sala onde o empresário foi morto. Conforme a perícia, as marcas eram do pé de Gil Rugai.

"Além disso, o vigia jamais poderia ter visto Gil saindo do local", afirmou, referindo-se a uma das cinco testemunhas arroladas pela acusação.

Além de Molina, já estão no fórum o promotor do caso, Rogério Leão Zagallo, e o assistente de acusação, Ubirajara Mangini Pereira.

Para o assistente, contratado pela família de Alessandra, "serão três ou quatro dias bem difíceis; será um julgamento técnico".

Entenda o caso

Segundo a acusação, o crime foi motivado pelo afastamento de Gil Rugai da empresa do pai, a Referência Filmes. O ex-seminarista estaria envolvido em um desfalque de R$ 100 mil e, por isso, teria sido demitido do departamento financeiro.

Durante as perícias do crime foram encontrados indícios que, segundo a acusação, apontam Gil Rugai como o autor do crime. Um deles foi o exame da marca de pé deixada pelo assassino numa porta ao tentar entrar na sala onde Luiz Carlos tentou se proteger.

O IC (Instituto de Criminalística) realizou exames de ressonância magnética no pé de Rugai e constatou que havia lesões compatíveis com a marca na porta. Além disso, o laudo concluiu que havia na marca na porta e o tamanho do pé do réu.

Outra prova que será apresentada pela acusação foi uma arma encontrada, um ano e meio após o crime, no poço de armazenamento de água da chuva do prédio onde Gil Rugai tinha uma agência de publicidade.

O exame de balística confirmou que as nove cápsulas encontradas junto aos corpos do empresário e da mulher partiram dessa pistola.

O sócio de Rugai afirmou que ele mantinha uma arma idêntica em uma gaveta da agência de publicidade e que não a teria visto mais lá no dia seguinte aos assassinatos.

Gil Rugai chegou a ser preso duas vezes, mas foi solto por decisões da Justiça.