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Perito dos casos Matsunaga e Richtofen é 11ª testemunha a ser ouvida no júri de Gil Rugai

Janaina Garcia

Do UOL, em São Paulo

20/02/2013 17h48Atualizada em 20/02/2013 18h46

A fase de depoimentos de testemunhas entrou na metade final às 17h15 desta quarta-feira (20), no júri do estudante Gil Rugai, 29, com a oitiva do quarto perito desde o início do julgamento, na segunda-feira (18).

Ricardo Salada, membro do IC (Instituto de Criminalística) de São Paulo, é a 11ª testemunha do caso e a quinta do dia. Ele atuou ainda nos casos Suzane Von Richtofen, condenada pela morte dos pais, e de Elize Matsunaga, acusada de assassinar, ano passado, o marido, o empresário Marcos Matsunaga. Salada participou da reconstituição do caso Elize --cujo promotor é o mesmo do caso Rugai, Rogério Leão Zagallo.

Com duas dispensas feitas pela defesa, restam agora duas testemunhas do juiz --uma delas, o ex-sócio de Rugai, Rudi Otto-- e uma da defesa --o irmão do réu, Léo Rugai.

Arrolado pela defesa, Salada foi o responsável por analisar a visualização da residência do casal assassinado, Luiz Carlos Rugai e Alessandra de Fátima Troitino, a partir de uma guarita de vigilância localizada na rua Traipu.

A guarita em questão é aquela onde estava o vigia que afirma ter visto Gil Rugai deixar a casa do pai na noite do crime --a única testemunha, até agora, a relacionar o réu diretamente ao local e dia dos assassinatos.

A defesa usou o depoimento de Salada para cogitar alternativas que poderiam ter sido usadas pelos policiais responsáveis pela elaboração do inquérito. Entre elas, está um exame de acuidade visual que permitiria, através de simulações em circunstâncias semelhantes à da noite do crime, mostrar se o vigilante que disse que viu Gil Rugai sair da casa do casal realmente teria condições de ter identificado de qual pessoa se tratava.

Os advogados de defesa também questionaram a marca de sapato encontrada na porta que foi arrombada na casa. Salada disse que seria possível comparar vestígios na porta com sapatos do suspeito.

 

Entenda o caso

O ex-seminarista Gil Rugai, 29, é acusado de tramar e executar a morte do pai, o empresário Luiz Carlos Rugai, 40, e da madrasta, Alessandra de Fátima Troitino, 33, em 28 de março de 2004.

O casal foi encontrado morto a tiros na residência onde morava no bairro Perdizes, zona oeste de São Paulo.

Segundo a acusação, o crime foi motivado pelo afastamento de Gil Rugai da empresa do pai, a Referência Filmes. O ex-seminarista estaria envolvido em um desfalque de R$ 100 mil e, por isso, teria sido demitido do departamento financeiro.

Durante as perícias do crime foram encontrados indícios que, segundo a acusação, apontam Gil Rugai como o autor do crime. Um deles foi o exame da marca de pé deixada pelo assassino numa porta ao tentar entrar na sala onde Luiz Carlos tentou se proteger.

O IC (Instituto de Criminalística) realizou exames de ressonância magnética no pé de Rugai e constatou que havia lesões compatíveis com a marca na porta.

Outra prova que será apresentada pela acusação foi uma arma encontrada, um ano e meio após o crime, no poço de armazenamento de água da chuva do prédio onde Gil Rugai tinha uma agência de publicidade.

O exame de balística confirmou que as nove cápsulas encontradas junto aos corpos do empresário e da mulher partiram dessa pistola.

O sócio de Rugai afirmou que ele mantinha uma arma idêntica em uma gaveta da agência de publicidade e que não a teria visto mais lá no dia seguinte aos assassinatos.

Gil Rugai chegou a ser preso duas vezes, mas foi solto por decisões da Justiça.