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Ação levou menos de meia hora; secretário cita "uma área de guerra a menos"

Do UOL, no Rio

03/03/2013 07h57

Por volta das 3h deste domingo (3), o secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame, se reuniu com a polícia. Ele  acompanha a ocupação do Quartel General da PM, no centro. Na ocasião, Beltrame disse à tropa que o sucesso da operação significa "uma área a menos de guerra na cidade", e lembrou que o Bope é uma unidade mundialmente reconhecida.

Em sua fala aos policiais, Beltrame citou a própria família para falar da importância da retomada desses territórios. Segundo ele, a pacificação do Complexo do Caju contribui para o filho dele, nascido na capital fluminense, tenha um crescimento mais tranquilo na cidade do Rio de Janeiro.

Ocupação

As polícias Civil e Militar do Rio ocuparam 13 favelas do Complexo do Caju, na madrugada deste domingo (3). A região, que inclui as comunidades do Complexo do Caju e da Barreira do Vasco, receberá a 31ª e a 32ª UPP do Rio de Janeiro.

As comunidades são alguns dos principais redutos do tráfico de drogas do Estado. Dados do Instituto Pereira Passos (com base no censo do IBGE de 2010), dão conta de que 20.212 mil pessoas vivem na região.

Segundo a Secretaria Estadual de Segurança Pública, a polícia não disparou um tiro e levou apenas 25 minutos para tomar o controle da região. Não foram registrados incidentes graves, diz a secretaria. A PM diz que a ação contou com cerca de 1.400 homens do Bope (Batalhão de Operações Especiais da Polícia Militar) e 200 fuzileiros navais. Dezessete blindados da Marinha, além de caveirões (blindados do Bope) e retroescavadeiras auxiliam os policiais. O Batalhão de Ações com Cães (BAC), o Grupamento Aéreo e Marítimo (GAM) e as polícias Federal e Rodoviária Federal também participam. 

Estratégia do Bope

Por volta das 5h, o Bope entrou no Complexo do Caju através da favela do Parque Alegria (próximo ao cemitério do Caju). Na chegada, policiais dentro de um blindado do tipo "piranha" removeram uma barricada formada por duas pedras grandes. A Barreira do Vasco foi ocupada em apenas 10 minutos. Desse modo, segundo a PM, a operação seguiu um esquema montado que previa o fechamento das entradas do complexo, em uma espécie de cerco.

Na favela do Parque da Alegria, no Complexo do Caju, cerca de 100 frascos de 'cheirinho-da-Loló' (entorpecente de clorofórmio e éter) foram apreendidos. De acordo com a PM, uma espada, facas e um caderno de anotações do tráfico também foram apreendidos no local.

*Com informações de Hanrrikson de Andrade e de Carolina Farias