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Dayanne diz foi orientada por Bruno e Macarrão a esconder filho de Eliza

Dayanne Souza (esquerda), ex-mulher do goleiro Bruno Fernandes, se emociona no 2º dia do julgamento do jogador no fórum de Contagem (MG) - Washington Alves/UOL
Dayanne Souza (esquerda), ex-mulher do goleiro Bruno Fernandes, se emociona no 2º dia do julgamento do jogador no fórum de Contagem (MG) Imagem: Washington Alves/UOL

Guilherme Balza

Do UOL, em Contagem (MG)

05/03/2013 20h51

A ré Dayanne Souza, ex-mulher do goleiro Bruno, afirmou, durante interrogatório nesta terça-feira (5), que foi orientada pelo ex-atleta e por Luiz Henrique Romão, o Macarrão, uma espécie de "faz-tudo" de Bruno, a esconder a criança da polícia, depois que o desaparecimento de Eliza Samudio se tornou público.

“Tanto Bruno quando Macarrão me ligaram e pediram que eu negasse que estava com a criança”, disse Dayanne, que é julgada pelo sequestro do filho de Bruno com Eliza, no fórum de Contagem (região metropolitana de Belo Horizonte). Bruno também é julgado, desde segunda-feira (4), como mandante do sequestro e morte de Eliza.

De acordo com Dayanne, após o desaparecimento de Eliza, Elenílson Vítor da Silva, administrador do sítio de Bruno, teria conversado com a mulher do caseiro da propriedade para que ela cuidasse do bebê deles. A mulher do caseiro e ele ficaram tomando conta do filho de Eliza até o dia 24 de junho de 2010, segundo Dayanne.

A interrogada afirmou ter ligado para o goleiro questionando o paradeiro de Eliza e a demora do goleiro em ir buscar a criança.

Bruno teria dito à ela que tentou contato com Eliza, mas não conseguiu. Dayanne afirmou, no depoimento, ter ouvido do goleiro que ele desconfiava de a ex-amante queria tentar culpá-lo por um suposto sequestro do filho dela. Dayanne disse ter retornado no dia 24 ao sítio, em Esmeraldas (MG).

A ex-mulher do goleiro disse ter ido, antes de ser presa, à casa da mãe, com as filhas e o bebê de Eliza, para lavar roupas. Antes de entrar na casa, recebeu uma ligação de Macarrão, avisando que uma delegada de polícia tinha ido ao sítio para procurá-la.

Dayanne disse ter retornado ao sítio somente com o motorista, sendo que as filhas dela e o filho de Eliza teriam ficado na casa da mãe, na região da Pampulha, em Belo Horizonte.

A ex de Bruno disse ainda ter recebido um telefonema de Macarrão questionando o paradeiro do filho de Eliza, que permaneceu no sítio, segundo Dayanne. Ela ainda relembrou que teria sido orientada por Bruno e Macarrão, quando ainda estava no Rio de Janeiro, para retirar a criança do sítio.

"Não deixa ele lá, não", teria dito Macarrão à Dayanne, pedindo para ela que retirasse o filho de Eliza da casa da mãe e o repassasse a Wemerson Marques de Souza, o Coxinha, um dos réus no processo sobre o sumiço de Eliza Samudio.

A ex-mulher do goleiro orientou uma mulher a buscar a criança na casa da mãe e que, em seguida, a encontrasse em uma rodovia.

No percurso, Dayanne disse ter recebido outro telefonema do Macarrão, informando que o ex-policial José Laureano, conhecido como "Zezé", iria ligar para ela.  

Segundo Dayanne, quando ela foi presa, em junho de 2010, sob acusação de sequestro do filho de Eliza, Bruno teria orientado a ex-mulher a não falar nada pelo telefone porque o aparelho estaria "grampeado". O jogador ainda disse que um advogado iria do Rio de Janeiro para Minas Gerais para auxiliá-la.

Dayanne disse que falou no dia 25 de junho de 2010, antes de ser presa e por telefone, com Zezé, que teria a questionado sobre o que estava acontecendo.

Indagada pelo promotor Henry Wagnder de Castro, a ex de Bruno afirmou que não sabe porque tinha sido orientada por Macarrão a negar a existência da criança a qualquer policial.

Dayanne disse que uma carta na qual relata ter sofrido tortura psicológica por parte de uma delegada teria sido feita a pedido do então advogado Ércio Quaresma. Dayanne disse posteriormente que a tortura não ocorreu. Segundo ela, parte da carta foi ditada por Quaresma.