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Chuva deixa quatro mortos e um desaparecido no Rio e causa transtornos

Árvores caíram e ruas ficaram alagadas após a forte chuva que atingiu o Rio - Hanrrikson de Andrade/UOL
Árvores caíram e ruas ficaram alagadas após a forte chuva que atingiu o Rio Imagem: Hanrrikson de Andrade/UOL

Julia Affonso

Do UOL, no Rio

06/03/2013 08h31Atualizada em 06/03/2013 13h33

A tempestade que atingiu o Rio de Janeiro e a região metropolitana da capital fluminense na noite de ontem (5) deixou quatro pessoas mortas. De acordo com a Defesa Civil Estadual, as vítimas foram João Maia, 63, atingido pela queda de um muro em Belford Roxo, região metropolitana, duas mulheres eletrocutadas, no Catete, zona sul do Rio de Janeiro, e um homem que teve um mal súbito em Jacarepaguá, zona oeste. Um rapaz de 14 anos está desaparecido na zona norte, depois de ter sido levado pela enxurrada.

A chuva causou transtornos em toda a cidade, deixando diversos bairros alagados, ruas submersas e vários bairros sem luz. A queda de árvores e a forte ventania, que espalhou objetos e lixo pelas ruas, alterou o tráfego do metrô da Pavuna, que passou a ser feito com transferência em Estácio, na linha 2.

Já na linha 1, as estações Afonso Pena, São Francisco Xavier e Saens Pena, na Tijuca, zona norte, ficaram fechadas por problemas de energia e alagamento externo e os trens foram somente até o Estácio. Por volta das 1h, as estações foram reabertas e funcionaram até a Estação Siqueira Campos até às 2h. O sistema reabriu hoje às 5h, sem problemas, com todas as linhas funcionando normalmente.

Segundo a concessionária que administra o Teleférico do Alemão, na zona norte, o serviço foi fechado às 19h18, assim que a chuva começou por causa dos fortes ventos, e ainda não voltou a funcionar.

Temporal mata quatro pessoas no Rio de Janeiro

No centro da cidade, a bibliotecária Raquel Leal, que mora no Méier, zona norte do Rio de Janeiro, foi obrigada a se refugiar dentro de uma lanchonete na avenida Rio Branco, onde esperou por mais de uma hora a chuva passar. Segundo ela, a calçada ficou alagada, impedindo as pessoas de saírem. Quando a tempestade passou, ela esperou por mais de uma hora e meia o ônibus chegar e desistiu.

"A água entrou no primeiro andar e todo mundo subiu para o segundo. Lá de cima, vi uma menina sendo assaltada por pivetes, o lixo tomando a rua. Foi um caos. Consegui ir até o ponto, esperei o ônibus, com mais cinquenta, setenta pessoas e desisti, porque ouvi no rádio que a praça da Bandeira estava completamente alagada. Resolvi pegar o metrô e dormir na casa de uma amiga em Laranjeiras”, conta ela.

Na zona sul, o estudante Gabriel Amado, que saía da faculdade na Gávea, andou até o Leblon para pegar um ônibus em direção ao Flamengo.

A linha que passaria pelo Jardim Botânico mudou a rota, por causa do alagamento na principal rua do bairro, e seguiu pela Lagoa Rodrigo de Freitas. Em um trajeto que costuma demorar 40 minutos, ele ficou mais duas horas e meia preso no trânsito.

A previsão para hoje é chuva forte na capital, no sul do Estado e na região metropolitana do Rio, segundo o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia).

Doze bairros sem luz

De acordo com a Light, concessionária responsável pelo fornecimento de energia elétrica no Rio de Janeiro, as fortes chuvas e ventanias ocasionaram a queda de galhos, árvores inteiras e objetos sobre a rede elétrica. A companhia informou que equipes da empresa estão trabalhando para restabelecer o fornecimento de energia para trechos de bairros como Jardim Botânico e Botafogo, na zona sul; Campo Grande, Santa Cruz e Jacarepaguá, na zona oeste; Tijuca, Ilha do Governador, Pavuna, Penha e Méier, na zona norte; Santa Teresa e Catumbi, no centro. Na região metropolitana, bairros de bairros dos municípios de Duque de Caxias, Mesquita, Nova Iguaçu, Itaguaí, Belford Roxo, Queimados e São João de Meriti ainda estão sem luz.

Sirenes

A Defesa Civil acionou o sistema de sirenes de alerta em mais de 20 comunidades da capital. As sirenes são acionadas quando chove mais de 40 mm em uma hora e, consequentemente, aumentam os riscos de deslizamentos de encostas. Os moradores foram orientados por agentes comunitários e representantes da Defesa Civil a buscar abrigo em pontos de apoio.

A região da Tijuca foi uma das que mais sofreram com a chuva. Em apenas uma hora, entre as 19h45 e as 20h45, choveu 86,2 mm, mais de 70% do esperado para todo o mês de março.

O município entrou em estágio de alerta, o terceiro nível mais grave em uma escala de quatro, às 20h05, nas bacias da Baía de Guanabara, que compreende os bairros do centro, da zona norte e Ilha do Governador, da zona sul e de Jacarepaguá, que engloba os bairros da Barra da Tijuca, do Recreio dos Bandeirantes e de Jacarepaguá. A Defesa Civil retornou ao estágio de vigilância (o primeiro nível) ainda de madrugada. (Com Agência Brasil)