Prédios para vítimas de tragédia no morro do Bumba apresentam rachaduras
A entrega de apartamentos do programa Minha Casa Minha Vida destinados a sobreviventes da tragédia do morro do Bumba, há três anos, em Niterói, na região metropolitana do Rio de Janeiro, deve ser adiada pela construtora responsável pelas obras. A inauguração estava prevista para julho deste ano, mas as obras foram parcialmente paralisadas pela empreiteira Imperial Serviços Limitada.
Segundo informações da "TV Globo", dois dos 11 edifícios que integram o conjunto habitacional Zilda Arns II, situado no bairro do Fonseca, apresentam rachaduras, e pelo menos um dos imóveis terá que ser demolido. Na quarta-feira (20), representantes da Caixa e da Imperial participaram de uma reunião a fim de debater sobre o problema. Na versão da empreiteira, as rachaduras teriam sido causadas por acúmulo de água no solo.
As vítimas que seriam beneficiadas vivem há três anos nas dependências do antigo 3º BI (Batalhão de Infantaria do Exército), em São Gonçalo, cidade vizinha a Niterói. De acordo com a Caixa Econômica Federal, foram liberados R$ 22 milhões para a construção dos dois conjuntos habitacionais, com recursos do FAR (Fundo de Arrendamento Residencial). O custo individual de cada prédio é de aproximadamente R$ 2 milhões.
Os representantes da Imperial Serviços não foram localizados para comentar o assunto. Já a Caixa afirmou que aguardará a conclusão dos laudos técnicos para "reprogramar os prazos de entrega" dos apartamentos. Se for constatada a responsabilidade da construtora pelos danos à estrutura dos imóveis, a mesma terá que arcar com os custos de demolição e reconstrução. Do contrário, as despesas serão arcadas pela seguradora do empreendimento.
Em abril de 2010, deslizamentos de terra causados pela chuva provocaram a morte de mais de 50 pessoas e deixaram dezenas de desaparecidos. Após a tragédia, veio à tona que a favela do Morro do Bumba havia sido construída por cima de um antigo lixão. O excesso de lixo, a presença de gás, características topográficas, ocupação desordenada e chuvas intensas teriam sido os fatores que causaram o desabamento.
Temporal em Petrópolis
A Defesa Civil Estadual do Rio de Janeiro informou nesta quinta-feira (21) que subiu para 30 o número de mortos após o temporal que causou 21 pontos de escorregamento e deslizamento entre domingo (17) e segunda-feira (18) em Petrópolis, na região serrana. O corpo de um homem foi achado perto da BR-040 pelos bombeiros da cidade nesta manhã, informou a prefeitura da cidade.
O número de desabrigados pelas chuvas que atingiram Petrópolis caiu de 1.463 para 1.234 pessoas. Segundo nota da prefeitura divulgada na noite de quarta (20), essas pessoas estão concentradas em 24 abrigos do município.
Ontem, bombeiros que trabalham no bairro Quitandinha, em Petrópolis, região serrana do Rio de Janeiro, procurando as pessoas que desapareceram depois do temporal, mudaram o curso de uma galeria pluvial ao lado da BR-040 para ajudar nas buscas. Segundo o tenente-coronel Fidelino Dias, uma bomba foi usada para sugar uma parte da água e ajudar a mudar o curso da galeria.
"Nós estamos tentando levar uma retroescavadeira até a localidade onde parece que os corpos estão, para ajudar na retirada da terra. Mudando o curso da galeria, a máquina consegue chegar até o local. Os bombeiros estavam usando somente enxadas e cães farejadores. As buscas não têm hora para acabar", informou o tenente-coronel Dias.
Quatorze pessoas permanecem internadas no mesmo hospital, quatro delas no CTI (Centro de Tratamento Intensivo), como o membro da Defesa Civil Ricardo Correa, 45.
O índice pluviométrico no Quitandinha na quarta-feira não passou de 0,2 mm. No entanto, em 30 dias, o registro foi de 760 mm. Segundo a Defesa Civil, não existe uma média histórica de chuva, mas nos anos anteriores os índices pluviométricos não chegaram a 400 mm. Até o fim da manhã de ontem, um total de 653 ocorrências foram registradas pela Defesa Civil.
A Prefeitura de Petrópolis informou que o abastecimento de água havia sido restabelecido em 100% da cidade e 83% da frota de ônibus já havia sido regularizada.
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