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Defesa Civil de Petrópolis (RJ) quer tablets para agilizar mapeamento de áreas de risco

Janaina Garcia

Do UOL, em São Paulo

23/03/2013 06h00

A Defesa Civil municipal de Petrópolis, na região serrana do Rio, está em busca de parcerias com empresas que disponibilizem tablets e GPSs para agilizar o mapeamento de áreas de risco e agilizar a inclusão de moradores em benefícios sociais. De acordo com o secretário municipal de Defesa Civil, coronel Rafael Simão, o trabalho que hoje leva em média de oito a dez dias pode ser antecipado para, no máximo, seis horas. As chuvas já deixaram 33 mortos e 44 feridos em Petrópolis.

Em entrevista ao UOL, o coordenador da Defesa Civil da cidade explicou que os equipamentos auxiliarão na transmissão de fotos e dados de localização que as equipes coletam de casas destruídas pela chuva ou localizadas em áreas de risco e enviam ao governo do Estado.

“Estimamos que seriam necessários em torno de 60 ou 70 equipamentos. Hoje, um engenheiro nosso vai para a rua com uma prancheta na mão e caneta; ele coleta o dado, traz ao setor de engenharia, que manda para a digitação, e só então isso é remetido ao Estado”, disse. “Como temos quase 1.200 ocorrências, leva-se muito tempo para transferir esses dados e inserir o morador afetado em benefícios tais como o aluguel social”, disse.

Além dos tablets, o secretário também tenta parcerias com operadoras de telefonia celular para que elas disponibilizem SMSs gratuitos da Defesa Civil com informações de alertas às comunidades em áreas de risco. O serviço já é feito, por exemplo, em Nova Friburgo --também na região serrana, e cidade mais afetada pela tragédia das chuvas de 2011, quando, só lá, morreram quase 400 pessoas.

Indagado sobre a ação do Estado para aquisição desses equipamentos e serviços, o coronel alegou que as parcerias são “mais ágeis que as licitações que seriam necessárias” por meio da máquina estatal.

MP instaura inquérito

A promotora de Justiça Zilda Januzzi Veloso Beck, da 1ª Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva de Petrópolis, defendeu que os equipamentos pleiteados pela Defesa Civil, via parcerias, são “fundamentais” para assistência às vítimas.

Zilda instaurou nesta sexta (22) inquérito civil público para assegurar que as famílias recebam imediatamente o aluguel social e que, em caráter definitivo, sejam recompensadas com indenizações, compra assistida ou casas populares.

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  • Arte/UOL

“A Defesa Civil e a Secretaria de Assistência Social ainda estão fazendo mapeamento de todas as vítimas, e se elas poderão ou não voltar às áreas em que moram. Dependemos dessa fase de verificação, e sem tablets, GPSs ou câmeras, sabemos que o trabalho de geólogos e engenheiros que vão para os locais de risco demora muito para chegar ao governo”, afirmou.

Sobre o inquérito, a promotora disse que o procedimento vai averiguar se as vítimas estão recebendo atendimento social adequado, bem como quais medidas ambientais serão tomadas pela prefeitura.

No final da apuração, segundo a promotora, o inquérito pode ser arquivado, originar um TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) ou uma ação civil pública.

Obras emergenciais

Também nessa sexta (22), o prefeito de Petrópolis, Rubens Bomtempo (PSB), autorizou a realização de obras para a estabilização de vias em três pontos atingidos pelas chuvas do último domingo (17).

As contenções, em caráter emergencial, vão acontecer nas ruas Bahia, no bairro Quitandinha, localidade onde houve mais mortes em decorrência das chuvas. A rua Antônio da Silva Ligeiro, no bairro Taquara, e a rua Euclides da Cunha, no bairro Castelânea, que ficaram instáveis depois de deslizamentos de terra, também serão contempladas.