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Em um ano, motorista economiza R$ 588 em pedágio por trecho de São Paulo

Veículos passam sob sistema de pedágio Ponto a Ponto no interior de São Paulo, que prevê cobrança proporcional da tarifa de pedágio de acordo com a distância percorrida - Divulgação
Veículos passam sob sistema de pedágio Ponto a Ponto no interior de São Paulo, que prevê cobrança proporcional da tarifa de pedágio de acordo com a distância percorrida Imagem: Divulgação

Fabiana Marchezi

Do UOL, em Campinas

08/04/2013 12h42

Com 276 motoristas cadastrados e economia média de R$ 588,60 para cada um deles, o Ponto a Ponto – sistema de cobrança de pedágio por quilômetro percorrido - completa nesta terça-feira (9) um ano de operação na rodovia Engenheiro Constâncio Cintra (SP-360), que liga Itatiba (86 km de São Paulo) a Jundiaí (60 km de SP).

De acordo com a Rota das Bandeiras, concessionária responsável pela estrada, ao longo desse período o projeto-piloto proporcionou economia de R$ 162,4 mil aos seus 276 usuários cadastrados. Nessa fase experimental, foram convidados a participar do programa apenas os moradoras de nove bairros de Itatiba que ficam entre a praça de pedágio localizada no km 77,1 da rodovia e a divisa com o município de Jundiaí.

Ao todo, no período, foram registradas 119.442 passagens nos pórticos do Ponto a Ponto, sendo 85% - 100.876 -, no sentido Itatiba, onde a tarifa teve maior redução. Antes, os moradores dos bairros selecionados pagavam a tarifa inteira, no valor de R$ 2,10. Com o novo sistema, a tarifa no mesmo trecho passou a ser R$ 0,60.

Segundo a Artesp (Agência Reguladora de Serviços Públicos Delegados de Transporte do Estado de São Paulo), o novo sistema é mais democrático. Todo mundo que usar a estrada vai pagar, mas apenas pelo trecho percorrido.

R$ 80 por mês

Morador do condomínio Parque da Fazenda, que fica em Itatiba, mas está localizado depois do km 77,1, onde está instalada a praça de pedágio, o empresário Arlindo Fornas foi o usuário que mais utilizou o Ponto a Ponto neste período, com 1.183 passagens pelos pórticos.

Para ele, o impacto no bolso foi perceptível. “Minha empresa fica dois quilômetros pra frente da praça de pedágio, o que faz com que eu passe pelo sistema até dez vezes ao dia. Com certeza, para mim, a economia foi bem grande”, afirmou.

Para o corretor de imóveis Humberto Luis Crivellaro, de 52 anos, que também mora no Parque da Fazenda, o ideal seria que a cobrança não existisse, uma vez que uma das saídas do condomínio fica a menos de um quilômetro da praça de pedágio.

Mas, segundo ele, em relação ao que era gasto antes, com certeza o sistema trouxe benefício. “Eu já cheguei a pagar R$ 340 por mês. Agora, gasto em média R$ 80”, disse.

Mais caros em longas distâncias

Segundo o professor de engenharia civil da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), especialista em transportes, Creso de Franco Peixoto, a economia gerada pelo novo sistema está compatível com pesquisas realizadas pela Unicamp em veículos usados para viagens curtas, mas a tendência é que os valores aumentem para longas distâncias.

“A economia está compatível com a expectativa deste consumidor, que usa curtos trechos da estrada. Entretanto, esse sistema de pedágio tende a encarecer para longos trechos em relação ao modelo atual. Mas com certeza é uma forma mais justa de cobrança”, disse. 

O sistema 

O Ponto a Ponto é um programa do governo do Estado de São Paulo que prevê uma nova forma de cobrança de pedágio nas rodovias paulistas, feita por sistema eletrônico e com base no trecho percorrido pelo usuário.

Em 2012, além da SP-360, ele foi implantado experimentalmente nas rodovias Santos Dumont (SP-075), que liga Campinas a Sorocaba, e Adhemar de Barros (SP-340), de Campinas a Mogi Mirim.

A região de Campinas foi escolhida para iniciar o sistema por ser uma das que possuem mais praças de pedágio no Estado. Ao todo, são 23 espalhadas pelas estradas. Agora, com os resultados do projeto piloto, será estudada a efetivação e extensão para as demais rodovias paulistas.