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Polícia do Rio pede prisão de motorista e estudante indiciados por queda de ônibus

Do UOL, no Rio

10/04/2013 13h37

A Polícia Civil do Rio de Janeiro pediu nesta quarta-feira (10) a prisão preventiva do motorista André Luiz da Silva Oliveira, 33, e do estudante Rodrigo do Santos Freire, 25, que foram indiciados por homicídio doloso (com intenção de matar) após a queda do ônibus de um viaduto na avenida Brasil. O acidente, que ocorreu no dia 4 de abril, matou sete pessoas e feriu outras 11.

MOTORISTAS X PASSAGEIROS

Segundo inquérito concluído pela 21ª DP (Bonsucesso), a tragédia foi provocada por uma discussão seguida de agressão. O motorista não teria atendido a uma solicitação de parada, o que motivou a ira do universitário, segundo a polícia.

Uma das vítimas da tragédia, a estudante Amanda Santana Silva, 19, disse para sua mãe, já no hospital, que o motorista levou um chute no rosto segundos antes de o veículo despencar do viaduto.

Ao UOL, o delegado José Pedro da Costa Silva afirmou que a única novidade recente em relação às diligências dos últimos dias foi a constatação de que o motorista dirigia a 30 km/h no momento do acidente --resultado da perícia do tacógrafo--, abaixo do limite da via (60 km/h). Na última sexta-feira (5), Silva já havia afirmado que o velocímetro parou de funcionar marcando 32km/h.

O laudo contraria a tese inicialmente levantada pelo próprio delegado, que, no dia seguinte ao acidente, afirmou que o motorista dirigia em "velocidade incompatível" com a via

Motorista recebe alta

Oliveira recebeu alta nesta terça-feira (9) do hospital Getúlio Vargas, na Penha, na zona norte da cidade, após duas semanas internado com uma fratura no fêmur.

André Luiz da Silva Oliveira, 33, que foi submetido a uma cirurgia no local da lesão, foi indiciado por homicídio doloso (quando há intenção de matar), assim como o estudante universitário que o teria agredido momentos antes do acidente.

Suposto agressor continua internado

De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, Freire continua internado no hospital Miguel Couto, no Leblon, na zona sul, com uma fratura na mandíbula. Não há previsão de alta, de acordo com os médicos.

Durante as investigações, o estudante foi reconhecido presencialmente e por foto por duas testemunhas como o agressor do motorista.

Má conservação dos ônibus

A empresa Paranapuan, proprietária do ônibus, responde a uma ação civil pública ajuizada em dezembro de 2012 pelo Ministério Público do Estado, no Tribunal de Justiça.

O MP cobra soluções para as irregularidades cometidas nos ônibus das linhas 328 (Bananal - Castelo), que caiu do viaduto, 322 (Ribeira - Castelo), 634 (Freguesia - Saens Peña) e 910 (Bananal - Madureira). O processo tramita em primeira instância.

Os problemas constatados nas linhas englobam inoperância da luz de ré, falta de frisos em pneus, inatividade do extintor de incêndio, inoperância da luz de freio, falta de limpeza interna, inoperância do dispositivo de acessibilidade, cordão da cigarra partido e/ou interrompido, mau estado dos bancos e falta de dedetização, vista traseira inoperante e falta de informação gráfica. Caso a empresa descumpra a decisão, o MP estabeleceu pena de multa diária de R$ 10 mil.