Eletricista cria Farobook para reunir 'aumigos' de estimação em Santos (SP)
“Hoje eu fui dar uma voltinha no bairro depois de muito tempo”, “Estou mordendo a mãe antes de ir nanar...”, “Agora estou embaixo da mesa, no pé do cara que acha que é meu dono”. São frases atribuídas a bichos de estimação, escritas em uma rede social criada especialmente para abordar “uma vida animal”: o Farobook, nome alusivo ao faro canino.
A iniciativa surgiu de uma ideia de Marcos Roberto Rodrigues, 45, um eletricista que mora e trabalha em Santos (72 km de São Paulo) e é autodidata em informática. Apaixonado por animais e dono de “Sanny”, uma poodle de cinco anos de idade, resolveu usar a internet para que pessoas manifestassem seu apreço por cães, gatos, pássaros e outros “pets”. Hoje, o Farobook tem cerca de 1.700 membros.
Rodrigues alimentou o plano por quase um ano, até contá-lo para um amigo, o aposentado Mauro Jorge de Carvalho. Em meados do ano passado, decidiram montar o site, também administrado por Jassa Martins, mulher do eletricista. Mas foi nos últimos dois meses que, na divulgação boca a boca e a cada “lambida” (equivalente à opção “curtir” no Facebook), a rede social se popularizou.
Onde fica Santos
Santos está a 72 km de São Paulo
Com a abertura de seções no Farobook para postagem de fotos e vídeos, informações sobre animais achados e perdidos, bichos para adoção, jogos com temática animal e bate-papo entre “aumigos”, os conhecimentos de Marcos Rodrigues se tornaram insuficientes para a manutenção do site. A capacidade inicial para processamento de dados também.
“Não achava que o Farobook teria essa projeção. Comecei com um servidor compartilhado para manter o site, pagando R$ 19,90 por mês. Tive que mudar para um servidor dedicado, que custa mais de R$ 400 mensais, e precisei contratar um programador, que me demanda ainda mais dinheiro”, diz Rodrigues, que divide as despesas da manutenção do site com Carvalho.
Amor compartilhado
Outra preocupação consiste no conteúdo: não se permite a publicação de imagens de animais machucados. “Em vez de sensibilizar as pessoas, [as cenas] acabam chocando. As crianças também são público do site. Então, se alguém acha que deve usar uma foto dessas, precisa desfocar a imagem e colocar uma tarja nela. A ideia é compartilhar o amor entre os animais.”
Depois de 30 anos como técnico em eletrônica e eletricista especializado em iluminação e decoração, Rodrigues diz sonhar em ter condições de sobreviver do trabalho do Farobook. “Com o site, estou fazendo o que gosto, compartilhando momentos e ajudando pessoas com seus animais. Uma moça já adotou um animal por aqui [o Farobook]”.
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