Bilhete único passa a ser vendido em locais onde passageiros usavam vans no Rio

A fim de conquistar os passageiros que antes optavam pelas vans, proibidas de circular na zona sul do Rio de Janeiro pela prefeitura desde a última segunda-feira (15), funcionários da Riocard começaram a vender os cartões do Bilhete Único Carioca em favelas e pontos de desembarque comuns aos usuários do transporte alternativo.

Pela manhã, eles podiam ser encontrados nas estações Leopoldina e São Cristóvão e nas favelas Rio das Pedras e Rocinha. O cartão, que custa R$ 5,50 por viagem, permite que os passageiros tomem até dois ônibus em duas horas, mas ao contrário de outras capitais que também possuem bilhetes únicos, como São Paulo, não permite a integração com o sistema de vans e metrô e perde a validade em caso de transferência para coletivos com ar-condicionado, que têm a passagem mais cara.

Um dos líderes do movimento que luta pela volta das vans a zona sul, o motorista Flávio Neri critica o governo por não ter permitido que o sistema fosse estendido ao transporte alternativo. “Ele diz que as vans tumultuam, mas aumenta o número de ônibus. Ele que não quis usar a bilhetagem eletrônica”, diz.

A Secretaria Municipal de Transportes, no entanto, afirma que a bilhetagem eletrônica será incorporada às vans como parte do novo modelo de operação do transporte alternativo que deverá ser implementado ainda este ano.

A operação de venda de bilhetes segue, segundo a Fetranspor, ao menos até o fim da sexta-feira. Ao todo, foram vendidos 234 cartões pela manhã. Os vendedores de Riocard são acompanhados por equipes que distribuem folhetos explicando quais ônibus podem ser utilizados para substituir as agora extintas vans. 

Apenas duas linhas de vans, que fazem o trajeto Gávea-Parque da Cidade e Parque da Cidade-Fashion Mall, foram mantidas pela prefeitura na região. O transporte alternativo segue autorizado no resto da cidade.