Índios ocupam canteiro da Belo Monte e pedem suspensão de obras
O canteiro de obras da usina hidrelétrica Belo Monte, que é construída no rio Xingu, em Altamira (a 900 km de Belém), está ocupado por cerca de 200 índios desde quinta-feira (2). A ocupação no sítio Belo Monte obrigou cerca 6.000 trabalhadores do CCBM (Consórcio Construtor Belo Monte) a parar de trabalhar.
Nesta sexta-feira (3), a PM (Polícia Militar) entregou um documento à PF (Polícia Federal) com a ordem de retirar os índios do canteiro, mas até agora não houve nenhuma ação. Apesar de a polícia ter sido avisada antes da chegada dos índios, a tropa não conseguiu evitar a ocupação.
Indígenas do rio Xingu, Tapajós e Teles Pires, que serão afetados pela construção de Belo Monte, reivindicam a suspensão das obras e pedem que haja mais estudos sobre os impactos ambientais antes da construção das barragens, e ainda que a consulta prévia aos povos indígenas seja regulamentada. Os manifestantes também exigem que os indígenas sejam consultados e que as tropas militares, que estão em suas terras em Belo Monte, sejam retiradas.
“Vocês precisam parar todas as obras e estudos e as operações policiais nos rios Xingu, Tapajós e Teles Pires. Nós queremos dialogar, mas vocês não estão deixando a gente falar. Por isso nós ocupamos o seu canteiro de obras. Vocês precisam parar tudo e simplesmente nos ouvir”, destaca um trecho da carta endereçada ao governo Federal.
Segundo o Movimento Xingu Vivo Para Sempre, oito povos estão ocupando o canteiro de obras, além de pescadores e ribeirinhos, que assinaram uma carta explicando o protesto, afirmam que a ocupação será por tempo indeterminado ou na condição que o governo federal atenda as reivindicações apresentadas.
Construção atingirá 24 mil pessoas
O aumento no número de indenizações vai subir o preço da construção de Belo Monte. Segundo o MPF, Belo Monte é a obra mais cara do Brasil, com R$ 30 bilhões de investimentos previstos.
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