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Ventania chega a 70 km/h no Espírito Santo

Flávia Bernardes

Do UOL, em Vitória

06/05/2013 21h26

Uma forte ventania assustou os capixabas no início da tarde desta segunda-feira (06). Imóveis foram destelhadas e pessoas chegaram a se segurar em muros e postes para não serem derrubados pelo vento. Até a rede de abastecimento, em Vitória, capital do Estado, foi interrompida durante o dia por causa da ventania.

Vento assusta moradores no Espírito Santo

De acordo como Incaper (Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural), o fenômeno pode ser chamado de “frente de rajada”, formado quando há uma mudança repentina na direção e na velocidade do vento.

“Esse fenômeno sempre precede uma frente fria”, explicou Hugo Ramos, meteorologista do Incaper.

Segundo o órgão, o fenômeno era previsto. Entretanto, pelo pânico visto nas ruas, muitos capixabas foram pegos de surpresa.

Além de placas e outdoor caídos pelas ruas, muita gente ficou presa dentro de órgãos públicos com medo de sair nas ruas. No município de Vila Velha muitos carros se mantinham parados nas ruas impedidos pelo vento de atravessar a Terceira Ponte, principal via de acesso a cidade de Vitória, Capital do Estado.

O Estado ainda não divulgou o balanço de prejuízos, mas sabe-se que não são pequenos. No Terminal Urbano de Vila Velha, por exemplo, parte da cobertura desabou atingindo ônibus e gerando a interdição do terminal de ônibus.

A informação é que todas as linhas de ônibus atendidas em Itaparica foram transferidas para o Terminal de Vila Velha, causando transtornos para a população.

Também no município de Vila Velha, os moradores dos Barra do Jucu, Cobilândia e Glória registraram o destelhamento de edificações da região.

As rajadas de vento no Estado foram observadas principalmente no litoral Sul e na Grande Vitória. Em Presidente Kennedy, o vento chegou a 90km/h, e a temperatura caiu de 31°C para 22°C. Em Vitória, a estação meteorológica instalada na Ufes registrou ventos de 76km/h. No Aeroporto, as rajadas também foram de forte intensidade, chegaram a 66 km/h.

Em Vitória, além dos muitos semáforos sem funcionar um dos muros da Escola de Samba de Jucutuquara caiu em cima dos instrumentos gerando um prejuízo de cerca de R$ 15 mil.

Uma árvore também caiu em cima da subestação da Cesan, em Vitória, deixando o abastecimento de água comprometido.

O vendaval, segundo a Defesa Civil, não pode ser considerado um Ciclone Tropical, conforme apontado nas mídias sociais, isso porque não ultrapassou os 102 km/h, que caracterizaria o fenômeno como tal.

“Os ventos com velocidades maiores recebem denominações específicas: 103,0 a 119,0 km/h ciclone extratropical.   Acima de 120,0 km/h ciclone tropical ou furacão ou tufão”, explica a Defesa Civil.

Até o momento não foi divulgado o número de feridos por consequência da ventania.