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Sobe para 242 o número de mortos no incêndio na boate Kiss

Do UOL, em Porto Alegre

19/05/2013 11h06

Morreu por volta de 5h15 deste domingo (19) no Hospital de Clínicas de Porto Alegre mais uma vítima do incêndio na boate Kiss, que provocou a morte de 242 pessoas no dia 27 de janeiro em Santa Maria (RS).

Mariane Wallau Vielmo, 25, que teve grande parte do corpo queimado no incêndio da boate e estava internada desde a época da tragédia, apresentou complicações devido aos enxertos de pele que precisou realizar e não resistiu às infecções.

Durante o período de internação, Mariane alternou períodos na UTI (Unidade de Tratamento Intensivo) do hospital e no quarto.

Em mensagem publicada no dia 2 de abril em seu perfil numa rede social, ela disse que estava conseguindo se recuperar das queimaduras. “Primeiro dia q consigo escrever aqui, estou me recuperando bem...”, postou. 

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Segundo o cirurgião plástico Cir Portinho, do Hospital das Clínicas, Mariane não conseguiu resistir às sequelas causadas pela queimadura. O quadro de baixa imunidade, segundo ele, contribuiu para a ocorrência de infecções.

Outros três jovens permanecem internados em decorrência do incêndio. Dois deles estão no Hospital de Clínicas: Cristina Peiter, 23, e Renata Pase Ravanello, 25.  Ritchieli Pedroso Lucas, 19, está no Hospital Mãe de Deus, também na capital. Nenhum deles corre risco de morrer.

A previsão é de que o corpo de Mariane seja levado a Santa Maria, onde deve ocorrer o enterro. A jovem era natural de Santigo (a cerca de 470 km e Porto Alegre) e estudava Sistemas de Informação no Centro Universitário Franciscano (Unifra), em Santa Maria.

No dia 27 de maio, o incêndio na boate Kiss completa quatro meses. Segundo testemunhas, o fogo teria começado quando um dos integrantes da banda Gurizada Fandangueira, que acabara de subir ao palco, lançou um sinalizador contra o teto de espuma inflamável. De acordo com a investigação da polícia, a casa estava superlotada, os extintores posicionados na frente do palco não funcionaram e a saída de emergência foi insuficiente.

A maioria das mortes foi causada por asfixia causada pelo gás cianeto, liberado pela espuma inflamável. Oito pessoas foram denunciadas pela Justiça como responsáveis pelas mortes, entre elea os proprietários da boate, Mauro Hoffmann e Elissandro Spohr, o vocalista da banda, Marcelo de Jesus dos Santos, e o produtor da Gurizada Fandangueira, Leonardo Bonilha Leão.