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Trio da Daniela Mercury é barrado e cantora usa carro improvisado para a Parada Gay

Gabriela Fujita

Do UOL, em São Paulo

02/06/2013 20h13

O trio elétrico da cantora Daniela Mercury, uma das atrações da Parada Gay de São Paulo, que aconteceu neste domingo (2) na capital paulista, tinha altura maior que o autorizado pela CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) e, por isso, não pode participar do evento. Segundo fontes da PM ouvidas pela reportagem do UOL, a cantora foi obrigada a usar um outro carro, que foi adaptado para participar do trajeto.

Segundo a CET, "o trio elétrico da cantora Daniela Mercury não pode seguir o trajeto planejado para chegar à avenida Paulista por ter altura superior ao informado previamente pela produção. Durante a vistoria realizada na manhã deste domingo, a CET constatou que o trio tem altura de 4,80 metros e não 4,50 metros, conforme informado anteriormente para autorização."

"A altura do carro impediu que ele circulasse pelo trajeto programado pela Avenida do Estado, eixo Norte e Sul, Avenida 23 de Maio, Avenida Bernardino de Campo até a avenida Paulista. Isso porque a altura do viaduto Eusébio Estevaux (na Avenida 23 de Maio) é de 4,60 metros. Para organizar outro trajeto, haveria necessidade de alterar a fiação da área e da rede de trólebus, o que é feito por trechos, conforme a passagem do trio, e por equipe especializada e técnicos de outras áreas, além da CET. Para isso seria necessário um tempo de antecedência maior para o início da operação, de forma que o carro chegasse na avenida Paulista no tempo programado", acrescenta a nota.

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Segundo Marcelo Cerqueira, presidente do Grupo Gay da Bahia, a cantora Daniela Mercury subiu ao trio elétrico na altura do rua Augusta, em frente ao Banco Safra. De acordo com ele, Daniela só começou a cantar na rua da Consolação porque muitos políticos e personalidades da causa gay a procuraram no trio para conversar e ela recebeu todas estas pessoas no camarim, atrasando o início da apresentação. Daniela cantou até o trio chegar à Praça Roosvelt.

A Polícia Militar de São Paulo informou que decidiu colocar mais homens na rua para reforçar o policiamento durante a Parada Gay de São Paulo. Em entrevista coletiva, o comandante-geral da PM Benedito Roberto Meira afirmou que o efetivo policial foi de 2.200 homens. O motivo do aumento foi a expectativa de um maior público no evento. A PM trabalhava com a expectativa de 2,5 milhões a 2,6 milhões de pessoas neste domingo. No entanto, a polícia acredita que entre 1,5 milhão e 1,8 milhão de pessoas participaram da Parada hoje.

Em ano marcado por acontecimentos polêmicos, como a eleição do deputado Marco Feliciano (PSC-SP) à presidência da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara, e pela conquista da garantia do casamento igualitário pelo STF (Supremo Tribunal Federal), a 17ª edição da Parada Gay de São Paulo aconteceu em clima de Carnaval.

O evento, que teve início aproximadamente às 13h, uma hora após o previsto – devido à chuva e ao atraso de figuras importantes que desfilaram no carro oficial -, partiu do Museu de Arte de São Paulo (Masp), atravessou a avenida, passou pela Rua da Consolação, seguindo ao destino final - a Praça da República.

Sem manifestações políticas mais ostensivas, o público acompanhou a passagem de 17 trios elétricos em ritmo de descontração. Neste ano, a festa teve como tema “Para o Armário Nunca Mais! União e Conscientização na Luta contra a Homofobia”.