Topo

Kassab vê ação da polícia nos protestos como "evidentemente necessária"

Kassab vê ação da polícia em SP como "necessária" - Junior Lago/UOL
Kassab vê ação da polícia em SP como 'necessária' Imagem: Junior Lago/UOL

Rafael Moro Martins

Do UOL, em Curitiba

14/06/2013 21h26

O ex-prefeito Gilberto Kassab (PSD) disse nesta sexta-feira (14) à noite que a atuação da Polícia Militar nos protestos contra a alta da tarifa do transporte em São Paulo, nesta quinta (13), foi “necessária”.

“A polícia é necessária. Até porque, todos sabem, esse movimento [pelo passe livre], em alguns momentos, ele se excedeu. Caso a polícia tenha, em algum momento, cometido algum excesso, ela tem a sua corregedoria para apurar. Mas que a sua presença, a sua atuação, foi necessária, evidente que foi”, disse.

Os protestos desta quinta foram os mais violentos entre os realizados na capital paulista nos últimos dias, em grande parte graças à força usada pela PM na repressão. Cerca de 40 pessoas foram detidas antes mesmo do início das manifestações. Ao menos 15 jornalistas foram feridos pela polícia durante a cobertura, de acordo com levantamento da Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo).

Kassab comentou os protestos na chegada a evento realizado por seu partido em Curitiba. Ao lado de líderes locais do PSD, disse ver “com bastante preocupação” os tumultos na cidade que comandou até dezembro passado. Apesar disso, mostrou-se desconfortável antes as perguntas –chegando a gesticular ante a insistência da reportagem.

“A corregedoria da polícia vai se manifestar com relação a eventuais excessos. Evidentemente, se ela identificar, ela vai saber aplicar as punições. Porém, não podemos deixar de reconhecer a importância da participação da polícia, e também a legitimidade de qualquer movimento desde que esse movimento ou qualquer outro respeite os princípios da liberdade”, falou Kassab.

O ex-prefeito teve uma relação atribulada com o movimento Passe Livre, que articulou os protestos dos últimos dias em São Paulo. Em março de 2011, os manifestantes queimaram um boneco com a figura de Kassab em frente ao condomínio dele, nos Jardins, bairro nobre da zona sul paulistana. O motivo era o mesmo de agora –o aumento no preço das passagens, então de R$ 2,70 para R$ 3.

“Cabe aqui lamentar [tumultos], como sempre lamentei quando no exercício da Prefeitura de São Paulo. Convivi bem com o movimento [Passe Livre], sempre respeitando o movimento, eles sempre dentro dos limites. Nós não tivemos na nossa gestão incidentes graves. Teve uma ou outra manifestação que teve algum excesso, mas no geral as manifestações foram pacíficas”, apaziguou.

Para o político, “qualquer movimento é legítimo. O importante é que sejam obedecidos os princípios da democracia, com respeito à liberdade.”

Kassab disse que, no comando da cidade, sonhou com “um transporte público gratuito”, mas reconheceu que a medida é “inviável”. “Fui prefeito. E sempre tomei muito cuidado para que com transparência as pessoas entendessem as limitações do poder público. Infelizmente o caixa é finito. Todos nós temos como sonho, como meta, um transporte público gratuito. Mas é inviável diante das circunstâncias, da situação do país. Existe um limite, e esse limite tem que ser obedecido.”

Para ele, até mesmo um corte no valor na tarifa sacrificaria a cidade. “[Há espaço para reduzir a passagem] Desde que haja um aumento do subsídio. Isso irá sacrificar alguma parte do orçamento”, afirmou.