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PM do Rio diz que policiais que atiraram em protesto não tinham objetivo de atingir pessoas

PM espirra spray de pimenta sobre manifestante durante protesto no Rio de Janeiro contra aumento das tarifas de ônibus - Victor R. Caivano/AP
PM espirra spray de pimenta sobre manifestante durante protesto no Rio de Janeiro contra aumento das tarifas de ônibus Imagem: Victor R. Caivano/AP

Do UOL, no Rio

18/06/2013 16h26Atualizada em 18/06/2013 17h16

O coronel Frederico Caldas, porta-voz da Polícia Militar do Rio de Janeiro, afirmou em entrevista coletiva na tarde desta terça-feira (18) que as imagens divulgadas nesta manhã de policiais atirando para o alto com fuzis e revólveres durante o protesto que reuniu cerca de 100 mil pessoas no centro da capital fluminense na noite de segunda (17) demonstram que não havia "objetivo de atingir quem quer que seja". Segundo ele, apenas a perícia da Polícia Civil determinará se algum dos feridos por arma de fogo foi atingido por algum policial.

"Vou sair daqui, se não vou levar tiro", diz homem ao filmar policiais

"As imagens que foram divulgadas hoje evidenciam que os policiais estavam atirando para o alto, portanto sem objetivo de atingir quem quer que seja", disse o coronel.  Pessoas que participavam ou assistiam à manifestação registraram e colocaram na internet vídeos onde se pode ver e ouvir policiais disparando com arma de fogo durante o protesto. A TV Bandeirantes também flagrou um policial à paisana dando tiros com pistola e fuzil.

Onze civis foram encaminhados para o Hospital Municipal Souza Aguiar, na Praça da República. A Secretaria Municipal de Saúde informou que oito pessoas já foram liberadas e três permanecem internadas na unidade, com quadro estável.

José Mauro Valente, baleado no tórax, foi submetido a uma cirurgia e seu estado de saúde é estável; Leandro Zalombinho foi atingido por um tiro na coxa esquerda e também tem situação estável; Gleison de Oliveira está na ala ortopédica e os médicos ainda avaliam se haverá necessidade de cirurgia. Ele ficou ferido depois de cair de uma escada.

O coronel Caldas disse ainda que será iniciado um estudo de caso para avaliar as imagens que mostram PMs atirando durante a manifestação e determinar se as ações foram ou não equivocadas. De acordo com ele, no entanto, "houve um nexo entre o momento em que um policial é arrastado [pela multidão] e a intervenção do policial que dá um tiro".

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Para o porta-voz, o efetivo policial de 150 homens mobilizado diretamente para o protesto foi “suficiente”. “Esse efetivo foi suficiente. O que aconteceu depois, no desdobramento da passeata, é que requereu uma mobilização maior”, disse o coronel. "Não esperávamos isso em uma passeata que se propõe em levantar a bandeira da paz, imaginar que as pessoas teriam o comportamento bárbaro, criminoso, que teve essa minoria em frente à Alerj."

O Batalhão de Choque da PM retomou o controle do prédio da Alerj (Assembleia Legislativa), onde um grupo de manifestantes tentava uma invasão, demorou mais de duas horas. Muitas balas de borracha e bombas de efeito moral foram disparadas pelos PMs, e os manifestantes dispersaram rapidamente.

Vinte PMs feridos aguardavam socorro dentro do prédio da Alerj, assim como os funcionários da Casa. Na tentativa de entrar no Palácio Tiradentes, construído em 1917, os manifestantes utilizavam rojões com o objetivo de destruir os cadeados. Em um determinado momento, eles fizeram uma fogueira na porta da Alerj.

Apesar disso, a PM deve aumentar o efetivo nas próximas manifestações e manter o Batalhão de Choque de sobreaviso para uma reação imediata caso seja necessário. "A ideia é não utilizar o Batalhão de Choque, porque todas as mobilizações são feitas por passeatas pacíficas, e assim nós vamos encarar essas passeatas. Só que em decorrência dos episódios de ontem, o Batalhão de Choque vai estar numa condição mais próxima de emprego", explicou.

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