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São Paulo registra 67 arrastões em cinco meses na capital

O secretário de Segurança Pública, Fernando Grella - Alice Vergueiro/Futura Press
O secretário de Segurança Pública, Fernando Grella Imagem: Alice Vergueiro/Futura Press

Marivaldo Carvalho

Do UOL, em São Paulo

26/06/2013 06h00

A cidade de São Paulo registrou até maio passado 67 casos de arrastões em bares, lanchonetes e restaurantes na capital, uma média de 13 arrastões por mês. O UOL solicitou para a assessoria de imprensa da SSP-SP (Secretaria da Segurança Pública do Estado de São Paulo) o número de arrastões em 2012, mas os dados não foram passados até o fechamento desta reportagem.

Os condomínios que sofreram arrastões na capital não entram nesta estatística, pois são qualificados como roubos.

Desde maio, os arrastões passaram a ser investigados pelo Deic (Departamento de Investigações sobre Crime Organizado) por meio da Delegacia de Investigações e Estratégias, que investigam os chamados "crimes da moda". "Dos sete casos que o Deic assumiu, quatro já foram esclarecidos e com os indiciados identificados", disse na terça-feira (25) o secretário de Segurança Pública, Fernando Grella.

Veja imagens exclusivas de arrastão em restaurante de SP

Quanto aos homicídios, o balanço até maio registrou que foram 1.880. O secretário afirmou que, se a tendência desses números se mantiver, a média ao final do ano será de 10,6 mortes a cada 100 mil habitantes, número considerado dentro do ideal pela OMS (Organização Mundial da Saúde).

"A tendência é de queda. Se compararmos os meses anteriores, não houve grandes alterações. Em janeiro deste ano, estava 17% superior em relação a janeiro de 2012. Em fevereiro, foi 12% superior ao mesmo mês do ano passado. Em março, houve alta de 2% em relação ao mesmo período do ano anterior. Já em abril e em maio, os dados apontaram queda. É evidente que, se pegar o mesmo período e contar com o ano passado, teremos índices mais elevados, mas a linha de tendência é que sinaliza para uma redução e a tendência é positiva", acredita.

Abuso policial

Questionado pelo UOL sobre as críticas de abuso policial durante as repressões aos protestos a cidade de São Paulo, o secretário afirmou que todos os casos estão sendo apurados, mas que precisa de tempo. "Ainda não tem resultado. Temos de ouvir todas as pessoas. E isso tem que ser feito no tempo certo, de maneira segura para que a gente tenha um resultado correto", disse.

Vandalismo

Sobre os atos de vandalismo durante as manifestações, o secretário disse que as investigações prosseguem. "Um dos vândalos foi identificado e fizemos o pedido de prisão temporária, mas foi negado pelo juiz. Estamos acompanhando todos os casos e queremos que todos sejam identificados e responsabilizados pelos atos praticados. Já foram realizadas 69 prisões, além de recuperarmos diversos objetos furtados", diz.

Desmanche

Segundo Grella,  o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), encaminhou para a Assembleia Legislativa um projeto de lei que prevê o fechamento de desmanches irregulares.

De acordo com ele, se for aprovado, o PL vai tornar a comercialização de peças de veículos usados restritiva e tornar obrigatória estar acompanhada de documentação. "Com essa medida, que é inédita no Brasil, vamos dar um duro golpe na receptação de veículos roubados e furtados e, com isso, estancar o número de crimes contra o patrimônio", afirma o secretário.