Peregrinos terão "vale PF" de R$ 15 para se alimentarem na Jornada Mundial da Juventude

Cerca de 260 mil peregrinos que estarão para o Rio de Janeiro participar da Jornada Mundial da Juventude, que ocorre entre os dias 23 e 28 deste mês e contará com a presença do papa Francisco, vão receber um ticket refeição com R$ 30 para gastar por dia. Receberão o cartão os peregrinos que pagaram pelas inscrições que dão direito a um pacote de serviços a ser prestados pela organização do evento.

Três tipos de inscrição dão direito aos peregrinos de receberem o ticket alimentação. No pacote mais completo, de uma semana, os fiéis pagaram R$ 608 e vão receber, além do cartão, alojamento, seguro, transporte e kit peregrino --boné, mochila e livros. No pacote de R$ 515, também de uma semana, os peregrinos não têm direito a alojamento da Jornada. Já o terceiro pacote dá direito ao ticket somente no fim de semana de eventos e custou R$ 301.

Pelo menos 160 restaurantes e bares credenciados na rede Ticket Restaurante vão oferecer o "prato peregrino", uma espécie de PF (o famoso prato feito) com arroz, feijão, saladas ou um tipo de massa, e uma opção de carne --a organização da Jornada batizou o prato de "O carioca". A ideia é que os inscritos paguem R$ 15 por cada refeição - almoço e jantar -, com bebida incluída. O café da manhã será servido na paróquia mais próxima de onde o peregrino estiver hospedado.

A organização do evento, em parceria com o SindRio (Sindicato dos Hotéis, Bares e Restaurantes), convidou os 2.500 associados da entidade para  participarem da empreitada, dos quais 160 aceitaram fazer um prato combinado pelo preço de até R$ 15 para atrair os peregrinos. 

Nelson Mamede, organizador do setor de alimentos da Jornada, disse que o sistema de cartão foi escolhido por ser mais simples de garantir que o peregrino se alimente melhor, já que terá toda a rede como opção. 

O peregrino não precisa procurar somente aqueles restaurantes que têm o prato peregrino para se alimentar, já que toda a rede Ticket vai aceitar o cartão. A ideia dos organizadores é estimular o comércio a participar do evento e ainda oferecer uma opção de refeição completa aos participantes.

"Todas as edições da jornada têm um prato peregrino com a gastronomia local. Mas nós teremos um diferencial: nenhum lugar do mundo se come um prato com carne bovina a R$ 15. No Rio se pode fazer isso", disse Mamede.

O organizador também explica que os peregrinos podem comer em toda a rede credenciada da Ticket, mas no limite de R$ 30 por dia. Da mesma forma, aqueles que não forem participar do evento mas têm o cartão-refeição podem comer um prato peregrino que o estabelecimento oferecer.

Segundo o diretor regional de vendas da Ticket Restaurante, Eduardo Távora, estabelecimentos novos se cadastraram na rede por causa da Jornada. Sem citar números, ele disse que houve um ligeiro aumento na procura por parte dos estabelecimentos.

"A procura, que acontece diariamente, avançou um pouco por causa desse momento. Por exemplo, uma escola em Niterói que tem uma cantina e não era da rede. Eles vão receber peregrinos e resolveram aderir ao prato e se cadastraram ", disse Távora.

Os cartões estão sendo impressos com a logomarca do evento, e os estabelecimentos também estão fazendo cartazes e criando meios de anunciarem que têm "O carioca" à disposição dos peregrinos. "Para atender a demanda dos estabelecimentos e dos usuários durante o evento, estamos treinando uma equipe extra bilíngue", explicou o diretor da rede.

Apesar de sugerirem o PF como o prato peregrino, os organizadores e a Ticket deixaram os estabelecimentos livres para criarem seus menus e combinados a R$ 15 para atraírem os fiéis.

Um exemplo dessa liberdade para criar "O carioca" que quisesse é o da rede carioca Parmê, que vai oferecer como prato peregrino um estrogonofe de frango com arroz, feijão e batata frita como opção para o almoço. A receita do prato é originalmente russa, feita com carne bovina ao invés de frango. Para o jantar, os peregrinos poderão escolher qualquer sabor de pizza broto, além do refrigerante o refresco.

A rede tem 41 anos e começou no bairro da Vila Isabel, zona norte, no ramo de massas e pizzas, que ainda são especialidades, apesar da diversificação. 

Segundo o gerente de operações da Parmê, Luiz Antonio Jaeger, a rede até levantou a possibilidade de oferecer massa como o prato peregrino, porém nem todos os restaurantes teriam estrutura para atender grande demanda para massas. "O estrogonofe é mais substancial, para aguentar o dia inteiro. No jantar a pizza cai bem e é mais leve", disse Jaeger.

Ele estima que a rede vai ter um aumento de 7% no faturamento médio do mês com a venda dos pratos aos peregrinos. "O período é propício e vai ter feriado, que favorece o comércio", disse.