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Choque se concentra no entorno da casa de Cabral, no Rio; protesto tem 1.000 participantes

Manifestantes se concentram no entorno da casa do governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), no Leblon, zona sul do Rio de Janeiro - Zulmair Rocha/UOL
Manifestantes se concentram no entorno da casa do governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), no Leblon, zona sul do Rio de Janeiro Imagem: Zulmair Rocha/UOL

Carolina Farias

Do UOL, no Rio

17/07/2013 17h57Atualizada em 17/07/2013 22h07

Cerca de 1.000 manifestantes se concentram no entorno da casa do governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral (PMDB) na tarde desta quarta-feira (17), e um grande contingente da Tropa de Choque da Polícia Militar se encontra no local para garantir a segurança e evitar confusão. O evento foi marcado via Facebook. Por volta das 20h15, um grupo de manifestantes da Rocinha se juntou àqueles que estão perto da casa do governador.

Até as 20h, o protesto era pacífico, mas três manifestantes foram expulsos sob gritos que os acusavam de serem "P2" --informantes infiltrados da polícia.

Por volta das 22h, alguns manifestantes se dispersaram e seguiram pela rua Bartolomeu Mitre, ao fim da via, quebraram uma porta de vidro de um prédio de uma sede administrativa da Rede Globo, eles também colocaram fogo em entulhos que estavam em um caçamba, um segurança do prédio jogou água para apagar o fogo e dispersou o grupo. Às 21h30, uma manifestante sozinha pichou um veículo do SBT.

Por causa dos manifestantes as duas pistas da avenida Delfim Moreira, dos dois sentidos, foram fechadas por volta das 19h20, da rua Rainha Gulhermina até a avenida Niemeyer. Há um quarteirão bloqueado pela Tropa de Choque entre as ruas Delfim Moreira e General San Martin, por isso, apenas moradores do local entram.

Os manifestantes, principalmente jovens, carregam cartazes com dizeres contra a corrupção e pedindo investigação sobre escândalos políticos.

A rua onde mora o governador foi bloqueada desde o início da tarde com grades de ferro e segue protegida por cerca de 60 policiais militares usando escudos e capacetes. Pelo menos 15 viaturas da Polícia Militar estão estacionadas em frente à residência de Cabral, incluindo um caminhão que lança jatos de água.

A polícia só observa a ação das pessoas, sem intervir. Um grupo de policiais, que resolveu passar entre os manifestantes, chegou a ser cercado e hostilizado pela multidão, mas não reagiu.

Os manifestantes reivindicam a abertura de CPIs (comissões parlamentares de inquérito) sobre o uso, pelo governador, de helicópteros do Estado para fins particulares e sobre as relações do governo com a construtora Delta. A pauta inclui também a desmilitarização da polícia, contra a privatização do Maracanã (Estádio Jornalista Mário Filho), a demolição do prédio do antigo Museu do Índio e contra as remoções compulsórias de famílias por causa das obras da Copa do Mundo e das Olimpíadas.

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Fugindo de protestos

Detido há duas semanas durante um protesto em Porto Alegre, o estudante de medicina Gustavo, diz que não participa mais das manifestações que se espalharam pelo Brasil. Ele e a namorada Kamila estão no Rio de Janeiro a passeio e deram de cara com a Tropa de Choque fechando a rua Aristides Espínola, no Leblon, à espera da manifestação que ocorrerá nesta quarta-feira (17) nos arredores da casa do governador Sérgio Cabral (PMDB).

"Não pensei que fosse pegar uma manifestação aqui, vou continuar passeando", disse o rapaz, enquanto pegava uma bicicleta alugada do Bike Rio. O casal pediu para não ter o sobrenome divulgado.

Gustavo disse ter sido jogado dentro de um camburão, junto com outros manifestantes, e até ter sido algemado. "Eu não fiz nada, estava indo embora para casa quando me pegaram. Agora vou responder por desacato e resistência", disse o estudante que ficou cinco horas detido em uma delegacia da capital gaúcha.

Uma médica que tem consultório no quarteirão da casa do governador ficou indignada com o cerco --a tropa fechou a rua próxima a esquina com a avenida Delfim Moreira. Ela teria de dar a volta para chegar ao consultório.

"Acho um absurdo a polícia fazer segurança da casa dele. Eu moro na Lagoa, pago um IPTU alto e não tenho segurança. Não dá mais para andar de bicicleta e de iPhone na lagoa", desabafou a médica, sem querer se identificar. Com o bloqueio da via, alguns motoristas ficaram cerca de 15 minutos parados, mas retornaram com a ajuda dos próprios manifestantes. (Com Agência Brasil)