Papa Francisco no Brasil

Cerca de 500 mil pessoas acompanham missa de abertura da Jornada em Copacabana

Paula Bianchi e Hanrrikson de Andrade

Do UOL, no Rio

  • Reprodução

    Dom Orani Tempesta dedicou o culto ecumênico às vítimas do incêndio na boate Kiss, no início deste ano, em Santa Maria (RS)

    Dom Orani Tempesta dedicou o culto ecumênico às vítimas do incêndio na boate Kiss, no início deste ano, em Santa Maria (RS)

Cerca de 500 mil pessoas acompanham a missa de abertura da Jornada Mundial da Juventude, na noite desta terça-feira (23), na praia de Copacabana, na zona sul do Rio de Janeiro. A estimativa é do Rio Eventos Especiais, órgão da prefeitura, que está monitorando a movimentação de peregrinos em conjunto com a Polícia Militar.

A missa, que começou por volta das 19h40, é rezada pelo arcebispo do Rio, dom Orani Tempesta.

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Não fosse a ausência do branco e de bebidas alcoólicas, um desavisado poderia tomar a noite de hoje como uma prévia de ano novo. As duas pistas da Avenida Atlântica foram interditadas pelos milhares de peregrinos que lotaram a praia de Copacabana a fim de acompanhar a abertura oficial da JMJ.

Entre o público que acompanha a missa chamavam à atenção as bandeiras das mais diversas nacionalidades, usadas principalmente como abrigo contra o frio e a chuva fina que insiste em cair na cidade desde o começo do dia.

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Natural do Rio Grande do Sul, a irmã Liane Postai mora há um ano e meio na cidade de Tefé, no médio Solimões, e veio ao Rio acompanhando um grupo de 47 lideranças jovens do estado que ajudou a organizar.  Ela conta que alguns peregrinos levaram até seis dias de barco para chegar a capital manauara e então tomar o voo para o Rio. Tefé fica a 720 quilômetros de Manaus e a viagem custou cerca de R$ 2.000 para cada participante, dinheiro arrecadado em mutirões feitos nas comunidades de cada jovem.

"É uma viagem muito longa e muito cara. Desde julho do ano passado foi uma luta muito grande, fizemos mutirões, acompanhamos o pessoal juntando moedinha por moedinha para chegar até aqui", diz a religiosa católica.

Para ela é emocionante ver tantos jovens reunidos em um evento cristão e a presença de uma papa latino-americano torna a jornada única. "Já está claro que o catolicismo não vai acabar tão cedo", afirmou, enquanto aguardava o início da missa.

Próxima à irmã Liane, uma garota loira e alta dava as costas aos telões que mostravam o palco, espalhados por toda a orla da praia, ocupada em manter de pé uma espécie de estandarte, que segurava em uma cinta de couro, tal qual uma passista, com os dizeres "Cre em Jesus e aprende de el" (sic).

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  • Arte/UOL

Americana, Elisabeth Woroniecki, de 28 anos, passa o tempo entre os Estados Unidos, onde trabalhou como garçonete para juntar dinheiro para vir ao Brasil, e viajando com os pais e cinco irmãos. Ela diz que apesar de não serem ligados a nenhum grupo religioso, ela e a família tomaram como missão "espalhar a palavra do senhor".  "Estou muito contente por estar aqui e poder acompanhar esse momento", disse.

Mais à frente na praia, era possível encontrar parte dos seus irmãos com estandartes semelhantes – alguns, inclusive, equilibrando-se em pernas-de-pau,– com versículos e frase incentivando a leitura da Bíblia em português e espanhol.

Mas nem todos os peregrinos estavam animados. As dificuldades para chegar até a praia causaram reclamações. A estudante cearense Carla Vasconcelos, de 24 anos, hospedada em Cavalcanti, na zona norte, contou que levou uma hora para chegar até o centro da cidade e depois teve que pegar um táxi para chegar a Copacabana porque o metrô parou.

"Estava o caos", afirmou Carla, que disse ter sido muito bem recebida pela família que a acolheu, mas reclamou da falta de informações. "Aqui é tudo muito longe, é confuso e as pessoas são muito estressadas, não fazem questão de ajudar."

Depois da missa, os fiéis poderão acompanhar ainda uma série de shows que seguem até às 23h.

Essa é a única atividade oficial da jornada que não conta com a presença do papa Francisco, que passou a terça-feira descansando na Casa Assunção, residência oficial da Arquidiocese do Rio, no Sumaré, bairro da zona norte da cidade.

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