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Papa Francisco prega igualdade entre religiosos e fiéis, avalia estudioso

Fabiana Maranhão

Do UOL, em São Paulo

25/07/2013 22h50

Em seus dois discursos feitos na praia de Copacabana, na zona sul do Rio, na noite desta quinta-feira (25), o papa Francisco demonstrou que não acredita que existam diferenças entre ser padre e ser fiel, analisa Afonso Maria Ligório Soares, professor do Departamento de Ciências da Religião da PUC (Pontifícia Universidade Católica) de São Paulo.

O estudioso destaca um trecho do discurso de boas-vindas que o pontífice proferiu durante uma festa de acolhida aos jovens da Jornada Mundial da Juventude. "Hoje, vim para lhes confirmar nesta fé, a fé no Cristo vivo que mora dentro de vocês; mas vim também para ser confirmado pelo entusiasmo da fé de vocês", disse Francisco a uma multidão de jovens na praia de Copacabana.

O pesquisador enxerga o sinal de uma guinada na teologia católica. "Ele indicou que existe uma igualdade nos diversos serviços e ministérios que existem na Igreja Católica. Ser papa, ser padre, ser bispo, ser freira, ser um jovem leigo, ser uma mulher consagrada são diferentes aspectos de uma mesma dignidade de ser cristão, de ser católico", analisa.

Assista ao 1º discurso do papa em festa de acolhida da JMJ

O papa chegou à Copacabana no fim da tarde, vindo de helicóptero da Residência Assunção, no Sumaré, zona norte do Rio. O pontífice desembarcou no Forte de Copacabana e percorreu de papamóvel a avenida Atlântica até o Leme.

Durante o trajeto, ele acenou para os fiéis e beijou ao menos 40 crianças. Um dos momentos que mais chamaram a atenção foi quando o papa Francisco pediu para que o papamóvel parasse para que ele pudesse tomar um gole de mate oferecido por um peregrino.  

Programação intensa

Logo cedo, o papa Francisco celebrou uma missa na Residência Assunção, na zona norte, casa de repouso onde o pontífice está hospedando desde a última segunda-feira (22).

Mais tarde, no Palácio da Cidade, sede da Prefeitura do Rio de Janeiro, recebeu do prefeito Eduardo Paes as chaves da cidade. Em um breve discurso, abençoou os presentes e pediu para que rezassem por ele.

Depois, ele seguiu para a favela de Varginha, no complexo de Manguinhos, na zona norte, onde fez uma breve oração em uma pequena capela, chamada São Jerônimo Emiliani, e, sob garoa, caminhou entre fiéis. Francisco visitou a casa de uma família da comunidade.

Em discurso na favela de Varginha, o papa apelou para que as pessoas se esforcem para que o mundo seja mais justo e solidário. "Sei bem que quando alguém precisa comer e bate em suas portas, vocês sempre dão um jeito de compartilhar comida. Como diz o ditado, sempre se pode colocar mais água no feijão", afirmou.

Após visita à favela, o papa Francisco foi até a Catedral Metropolitana do Rio, na região central, onde encontrou fiéis argentinos que foram ao Rio para participar da Jornada Mundial da Juventude.

Em discurso, ele afirmou que a Igreja Católica precisa sair às ruas para que não se torne uma ONG (Organização Não Governamental).

ESTUDIOSO ANALISA DISCURSOS DO PAPA EM FESTA DE ACOLHIDA DA JMJ